“Estamos profundamente preocupados com a capacidade das nossas equipas em continuarem a prestar os seus serviços médicos de emergência, especialmente porque esta interrupção afeta o número central de emergência 101, e dificulta o acesso das ambulâncias aos feridos”, afirmou a organização nas redes sociais.

O Crescente Vermelho expressou a sua preocupação com a segurança das equipas de saúde que trabalham na Faixa de Gaza, devido aos “contínuos e intensos ataques aéreos israelitas 24 horas por dia”, que demonstram que Israel “continuará a cometer crimes de guerra enquanto isola Gaza do mundo exterior”.

A organização apelou à comunidade internacional para pressionar as autoridades israelitas no sentido de garantirem “proteção imediata” à população civil, às instalações médicas e às suas equipas de saúde no enclave.

O alerta do Crescente Vermelho surge no dia em que Israel anunciou que os militares vão ampliar as operações terrestres na Faixa de Gaza, a partir de hoje, em paralelo com o bombardeamento do enclave.

“Como continuação da atividade ofensiva que realizamos nos últimos dias, as forças terrestres vão expandir a sua atividade esta tarde”, disse o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari.

A empresa palestina de telecomunicações Paltel confirmou hoje o “corte completo” dos serviços de comunicações, telemóvel e internet na Faixa de Gaza, devido aos intensos bombardeamentos ao enclave.

“O corte é devido aos fortes bombardeamentos das últimas horas, que danificaram as linhas internacionais que ligam Gaza e que provocaram que fique fora de serviço”, confirmou a companhia em comunicado.

A Paltel, a única operadora que presta serviço no enclave, explicou que o ‘apagão’ absoluto das telecomunicações se deve à “agressão contínua” israelita e que se vê afetada também pelos danos sofridos nas linhas de telecomunicações pelos ataques de dias anteriores.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.