Assunção Cristas falava aos jornalistas durante uma visita à Feira das Colheitas em Arouca, Aveiro, onde se cruzou com o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, e cumprimentou Herman José, quando este estava a ensaiar no palco do certame.
A líder do CDS-PP manifestou a convicção de que a classe média terá poucos motivos para festejar com o próximo Orçamento do Estado, que disse prolongar a austeridade, exigindo-se dos partidos o exemplo.
“O CDS entende que, se não há uma mudança na austeridade, então tem de haver um exemplo dado pelos próprios partidos políticos e reitero o desafio ao PS, PCP e BE, que apoiam este Governo, para que aceitem votar a proposta que o CDS vai apresentar, em sede do Orçamento do Estado, para acabar com a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis para os partidos políticos”, disse.
Assunção Cristas lembrou o “aumento de impostos sobre a classe média, por exemplo nos combustíveis”, e disse não esperar para o próximo ano coisa diferente”, dado que o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que será mantida a linha seguida este ano.
“Estamos à espera do tal aumento de impostos indiretos de que [o ministro das Finanças] Mário Centeno falava”, disse.
Sobre os dados revelados da execução orçamental, com um défice de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre, Cristas afirmou que “mais do que o défice interessa ver como se alcança o resultado, o que significam as cativações com a queda de investimento e a nota que se vai tendo em vários serviços, da Educação à Saúde, onde falta dinheiro”.
“É importante que se cumpra o défice, mas é preciso ver em concreto como é que se está a cumprir esse défice. Olhamos para um crescimento que é metade do que o Governo previu, temos de perceber que vai faltar dinheiro de algum lado para coisas que são essenciais para o desenvolvimento do País”, disse.
Assunção Cristas sublinhou que “é muito importante o défice ficar abaixo dos 3%”, mas “também é importante perceber que políticas levam a esse resultado e em política fazem-se escolhas”.
“Estas escolhas não seriam as do CDS, quando vemos o investimento parado, as exportações a diminuírem e um primeiro-ministro que entrou por um discurso que arranjou números à sua medida, para negar essa realidade que não nos trás tranquilidade quanto ao futuro da economia”, concluiu.
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