“Este relatório vem confirmar aquilo que foi sempre a preocupação e a linha do CDS, quando afirmou que o ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar e das suas responsabilidades”, afirmou aos jornalistas Assunção Cristas, adiantando que o partido “não mudou de opinião” quanto à demissão de Azeredo Lopes, que “naturalmente tem de ser responsabilizado por esta situação”.

A líder centrista, que falava durante uma ação de campanha para a Câmara de Lisboa, reagia a um relatório dos serviços de informações militares, hoje divulgado pelo Expresso, que avança para cenários “muito prováveis “ de roubo de armamento em Tancos, a 29 de junho, e deixa duras críticas à atuação do ministro da Defesa Nacional.

Segundo o semanário, o “tráfico de armas para África, em concreto Guiné-Bissau ou Cabo Verde, ou um assalto promovido por mercenários portugueses contratados, ou ainda por grupos jihadistas” são os três cenários apontados no relatório, enviado à Unidade Nacional de Contraterroristas da Polícia Judiciária e aos Serviços de Informação e Segurança (SIS).

O relatório refere que o ministro atuou com grande “ligeireza, quase imprudente”, sendo-lhe apontadas “declarações arriscadas e de intenções duvidosas” e uma “atitude de arrogância cínica” na condução de todo o processo.

“Este relatório parece confirmar que este caso foi tratado com uma imensa ligeireza, com uma grande falta de responsabilidade e com uma grande incapacidade de reação ao nível que seria exigível e desejável para um estado de direito que é Portugal”, sustentou Assunção Cristas.

Para a presidente do CDS-PP, este episódio “é muito grave”, foi “profundamente desvalorizado” e precisa de um apuramento das responsabilidades a todos os níveis, nomeadamente ao nível político.