Numa audição esta manhã no parlamento, na sequência de audições no início da semana de sindicatos e da Comissão de Trabalhadores dos CTT, a presidente da Anacom, Fátima Barros, disse que as reclamações recebidas pelo regulador sobre os vales das pensões ascenderam a 75 em 2014, subindo para 88 em 2015 e 205 no ano passado, até ao final de setembro.

Apesar de o regulador não ser competente nesta matéria, que extravasa o serviço postal universal, a Anacom diz ter questionado os CTT sobre este aumento, segundo explicou Fátima Barros aos deputados, tendo a empresa respondido serem casos “pontuais”.

A presidente disse também que em 2016, até ao terceiro trimestre, as reclamações relacionadas com o atendimento aumentaram 38%, as dos envios postais 18% e as do envio de encomendas 37%.

“Claramente as reclamações aumentaram”, disse Fátima Barros, adiantando estar a ser realizado pelo regulador um estudo, com base em inquéritos, para apurar as necessidades dos utilizadores dos correios em termos de acesso a redes postais e a serviços postais.

No entanto, quanto a problemas de confidencialidade em postos de correio agenciados, denunciados pelos sindicatos aos deputados, Fátima Barros disse que a Anacom não recebeu qualquer reclamação sobre o assunto.

“O resultado da nossa fiscalização vai ser mão muito pesada sobre o operador”, afirmou a presidente do regulador das comunicações.

Representantes da Comissão de Trabalhadores dos CTT, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) e do SINCOR – Sindicato Independente dos Correios de Portugal foram ouvidos na quarta-feira pela Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre a situação dos CTT e do serviço público postal, na sequência de requerimentos do PCP e do BE.