O governo pode anunciar mais medidas no final de uma reunião realizada esta quinta-feira. "Não vou detalhar as medidas que vamos tomar, mas não tenho a intenção de me limitar a declarações", afirmou o novo ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, no local onde ocorreu o atentado.
Na noite de quarta-feira dois palestinianos de vinte anos abriram fogo em Sarona, um bairro muito movimentado, com bares e restaurantes, perto do ministério da Defesa. Quatro israelitas morreram, cinco ficaram feridos e os dois atiradores foram detidos, um deles depois de ter sido atingido por um tiro.
As imagens das câmaras de vigilância mostram os momentos de pânico durante o ataque. Dois homens de fato e gravata, que aparentavam ser executivos, abriram fogo com armas automáticas, no restaurante Max Brenner. Um dia depois do atentado, o restaurante estava aberto para mostrar que a vida continua e do lado de fora dezenas de adolescentes cantavam ao som de uma guitarra. "Não tenha medo, seja forte se estiver sozinho", dizia uma das músicas.
Quatro israelitas, dois homens e duas mulheres, morreram no ataque: Ido Ben Arie, 42 anos, Michael Feige, de 58, Ilana Nave, de 39, e Mila Michaiev, de 32.
Os autores do atentado foram identificados como Khaled Mohammad Majamrah e Mohamad Ahmad Majamrah, dois primos de 22 e 21 anos respectivamente, um estudante e um trabalhador, nascidos em Yatta, uma localidade próxima de Hebron, na Cisjordânia ocupada.
Um dos atiradores foi detido sem ferimentos e o outro terá sido atingido por tiros e estará em estado grave. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que regressou de uma visita a Moscovo, esteve no local do atentado depois de uma reunião com o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. "Haverá ações intensivas da polícia, do exército e de outros serviços de segurança, não apenas para capturar cada cúmplice deste assassinato, mas também para prevenir este tipo de atos", disse Netanyahu.
Operações durante a noite
Durante a noite, os soldados israelitas entraram em Yatta, onde realizaram operações de busca em várias casas e detiveram várias pessoas, informou uma porta-voz do exército. Yatta está cercada e ninguém pode sair, exceto por razões humanitárias, segundo a mesma fonte.
O pai de Mohamad Ahmad Majamrah afirmou que os militares tiraram as medidas da casa, uma ação prévia à demolição, como punição. Ao mesmo tempo, Israel anunciou a suspensão de 83.000 permissões de entrada de palestinianos durante o Ramadão.
"Todos os vistos concedidas pelo Ramadão, em particular aqueles destinados a visitas familiares (para os palestinianos) procedentes de Judeia-Samaria ficam congelados", anunciou o COGAT, organismo de coordenação das atividades israelitas nos territórios palestinianos.
Judeia-Samaria é o nome utilizado pelo governo israelita para a Cisjordânia ocupada. Uma parte das autorizações envolve os palestinianos que viajam para Jerusalém Oriental - a parte palestiniana de Jerusalém ocupada e anexada por Israel - durante o mês sagrado do jejum muçulmano, que começou na segunda-feira passada.
O governo israelita também decidiu congelar todos os pedidos de visto dos habitantes de Gaza, um território separado geograficamente da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém pelo território israelita. Muitos habitantes de Gaza pedem durante o Ramadão a possibilidade de sair de Gaza, um território submetido a um rígido bloqueio, para rezar na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental.
Israel vai mobilizar centenas de soldados de reforço na Cisjordânia, um território palestiniano ocupado, anunciou nesta quinta-feira o exército israelita. "Depois de examinar a situação, a divisão de Judeia-Samaria será reforçada com dois batalhões", disse um porta-voz do exército, o coronel Peter Lerner. Segundo fontes militares, trata-se de mais uma centena de soldados.
O ataque de Telavive foi o mais grave cometido por palestinianos contra israelitas desde o início do atual ciclo de violência, em outubro do ano passado. Israel, Jerusalém e os territórios palestinianos vivem uma onda de violência que matou 207 palestinianos, 28 israelitas, dois americanos, um eritreu e um sudanês, segundo um balanço da AFP.
Muitos palestinianos mortos eram autores ou supostos autores de ataques, a maioria cometidos com facas. Vários agressores eram moradores de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada.
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