Quem consultar a conta de Twitter de Greta Thunberg esta quinta-feira, vai reparar que a sua descrição tem algo de caricato.
Diz assim (em inglês): “Uma jovem a trabalhar nos seus problemas de gestão da raiva. Neste momento a relaxar e a ver um bom filme clássico com um(a) amigo(a)”.
Por que motivo haveria a jovem ambientalista de se descrever assim? A inspiração vem de Donald Trump.
Ainda hoje o Presidente dos Estados Unidos comentou no Twitter que considerava “ridícula” a nomeação de Greta para Personalidade do Ano, pela revista Time. Nessa publicação, Trump acrescenta: “Greta tem de aprender a controlar a sua raiva e ir ver um bom filme antigo com um(a) amigo(a)!”. ”Relaxa, Greta, relaxa!”, diz o Presidente.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que a jovem sueca utiliza as palavras de líderes políticos para se descrever na rede social.
Ainda esta terça-feira, Greta Thunberg tinha sido notícia por mudar a sua descrição na conta do Twitter para “pirralha”.
Isto aconteceu depois de o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ter usado a expressão para se referir à ativista sueca depois de esta ter alertado para as lutas dos povos indígenas e mostrado preocupação com o assassinato de líderes nativos no Brasil.
"A Greta já disse que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha”, declarou o chefe de Estado a jornalistas, em Brasília.
Estas picardias seguem a mesma linha do que já tinha acontecido em setembro passado, depois de um outro comentário de Trump a um vídeo da jovem ativista sobre sofrimento humano, morte de ecossistemas e iminente extinção em massa.
"Ela parece ser uma jovem menina muito feliz, que está a caminho de um futuro maravilhoso e brilhante. Muito bom ver isso", ironizou Trump na ocasião.
Greta respondeu a Trump da mesma forma, colocando na sua biografia do Twitter as observações feitas pelo chefe de Estado.
Thunberg tornou-se um símbolo para os jovens que exigem mudanças radicais para enfrentar as mudanças climáticas, tendo a ativista sueca desencadeado greves escolares globais.
Em agosto de 2018 decidiu começar a faltar às aulas todas as sextas-feiras para protestar junto do parlamento sueco, exigindo medidas sérias no combate às alterações climáticas.
Os seus esforços para aumentar a consciencialização para a crise climática tornaram-se globais e, no dia 24 de maio de 2019, uma sexta-feira, mais de um milhão de jovens de mais de 100 países faltaram às aulas para exigir medidas dos governos no combate às alterações climáticas.
Recentemente, Greta Thunberg foi homenageada com o chamado Nobel Alternativo pela fundação Swedish Right Livelihood Award e foi indicada para o Prémio Nobel da Paz por três deputados noruegueses (o prémio foi entregue ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pela sua iniciativa de resolver o conflito na fronteira entre o seu país e Eritreia).
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