“A deputada Cristina Rodrigues recebeu o pedido do levantamento da sua imunidade, no âmbito do processo de inquérito referido (NUIPC 7233/20.1T9LSB), ao qual já deu parecer positivo por forma a que a situação seja esclarecida o mais rapidamente possível”, refere um comunicado enviados aos jornalistas pela sua assessoria.

Na nota é referido que a parlamentar “não foi ainda ouvida nos autos” e “nega as acusações graves e atentatórias da sua honra patentes no comunicado enviado pelo partido PAN”.

E acusa o partido de poder incorrer num “crime de denúncia caluniosa” e também de “violação do segredo de justiça”, uma vez que o caso “encontra-se em segredo de justiça”.

O PAN apresentou uma queixa-crime “contra desconhecidos” após um “apagão informático” em 2020 que resultou na eliminação de emails do seus dirigentes, referindo que o inquérito apurou o alegado envolvimento da deputada não inscrita Cristina Rodrigues, eleita pelo partido.

O processo, que “corre termos na 5.ª secção do Departamento de Ação e Investigação Penal (DCIAP) de Lisboa” decorre de uma queixa que “teve por fundamento a suspeita de interferência informática deletéria, abusiva e criminosa nas contas de correio eletrónico do PAN, da qual resultou um “apagão informático” deliberado de todas as comunicações eletrónicas enviadas e recebidas até 25 de junho de 2020″, indica.

Numa nota enviada aos jornalistas pelo partido, é também referido que, “depois de diligências levadas a cabo no âmbito do processo de investigação, verificou-se que, pelo menos em 24 de junho de 2020, alguém tinha acedido ilegitimamente ao endereço eletrónico da Secretaria de Ação Jurídica do PAN e procedido a uma eliminação sistemática e maciça de correspondência”.

“Ao que tudo indica, no decurso do referido inquérito foi possível apurar a origem das interferências ilegítimas no correio eletrónico do PAN e a autoria dos atos de sabotagem informática perpetrados, que alegadamente foram atribuídos à deputada não inscrita Cristina Rodrigues e outros”, salienta o PAN.

Já a deputada não inscrita, que foi eleita pelo PAN nas eleições legislativas de 2019, recorda que deixou em 25 de junho de 2020 o cargo de “coordenadora da Secretaria de Ação Jurídica”, data até à qual esteve “no exercício pleno das sua funções” e defende que “sempre agiu de forma diligente”.

A nota divulgada pela assessoria de Cristina Rodrigues refere também que a nota do partido no qual militou e foi dirigente “surge na sequência das várias peças jornalísticas relativas ao envolvimento da deputada Inês Sousa Real em várias empresas e dos comentários feitos pela deputada Cristina Rodrigues referentes a essa situação” e considera que parece “surgir como uma forma de retaliação”.

A parlamentar estranha também que “a queixa-crime em causa foi feita há mais de um ano” mas “só agora” foi divulgada.

Referindo que, “coincidentemente, nos últimos dias têm surgido publicações falsas em nome da deputada Cristina Rodrigues em diversas redes sociais, onde são feitas referências ao partido PAN”, o seu gabinete indica que esta situação “será comunicada ao Ministério Público” e que “todos os factos serão relatados ao Ministério Público, a quem caberá aferir da legalidade das condutas ora em causa”.