"Não há qualquer conclusão que se possa tirar a partir daqui sobre o que é a segurança das estruturas do Metro de Lisboa, que são mais do que seguras", afirmou Matos Fernandes, acrescentando que "o que aconteceu foi uma coisa absolutamente invulgar".
"O que aconteceu não devia ter acontecido", disse o ministro em declaração aos jornalistas, salientando as sinergias com o Metro de Lisboa e os responsáveis pela empreitada com vista a resolver a situação.
O ministro lamenta os quatro feridos ligeiros e "todo o transtorno" causado aos utentes do metro, resultantes do desabamento, e disse que a situação "já passou".
"Todos os olhos vão estar postos nesta obra e não vai haver mais problema nenhum. A obra na Praça de Espanha vai se concretizar, que é, de facto, uma obra fundamental para Lisboa", disse o ministro esta manhã sublinhado a valorização que a obra traz à cidade do ponto de vista de sustentabilidade
Questionado em relação à auditoria em relação ao acidente, Matos Fernandes explicou que foi terminada por parte da autarquia, mas não espera "conclusões muito diferentes do que aquilo que já sabemos: houve de facto uma máquina que entrou em obra e que deu uma pancada muito forte onde não devia".
O ministro explicou que os muros do muro têm mais de 50 anos, são "feitos de baixo para cima em abóbada" e que a "pancada muito grande" levou ao desabamento.
Quanto ao valor de reparação da abóbada do teto das instalações do metro, o ministro do Ambiente, que tutela os transportes urbanos, explicou tratar-se “de cerca de 10 metros cúbicos de betão, não tem expressão nenhuma”, adiantando também que será o seguro do empreiteiro a pagar, não havendo custos para o Metro de Lisboa nem para a autarquia.
Questionado sobre como é que se garante que um acidente deste género não se repete, Matos Fernandes respondeu: “Com maior cuidado por parte do empreiteiro, com uma fiscalização mais apertada e com o próprio dono de obra a acompanhar mais de perto a obra”.
O ministro acabou as suas declarações da mesma maneira como começou: "Já passou".
A circulação na linha azul do Metropolitano de Lisboa foi restabelecida às 23:00 de dia 1 de outubro, depois da derrocada que ocorreu na terça-feira no troço que atravessa a Praça de Espanha e que provocou quatro feridos ligeiros.
A linha azul liga as estações da Reboleira, no concelho da Amadora, e de Santa Apolónia, no concelho de Lisboa.
A linha azul esteve interrompida entre as estações das Laranjeiras e do Marquês de Pombal. Estiveram encerradas as estações do Jardim Zoológico, Praça de Espanha, São Sebastião e Parque.
O acidente ocorreu pelas 14:30 de terça-feira e provocou ferimentos ligeiros em quatro pessoas. Na altura do acidente estavam cerca de 300 pessoas na composição.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), disse na quarta-feira que o acidente decorreu de um “erro grosseiro” associado a uma empreitada da autarquia.
“Este problema que aconteceu decorre de uma obra da Câmara Municipal de Lisboa totalmente alheia ao túnel do metro (…). Isto decorreu de um problema que é uma obra da câmara, onde ocorreu um erro grosseiro, em que ocorreu uma perfuração na vertical do túnel do metro que não devia ter acontecido”, vincou Fernando Medina.
Contudo, o autarca garantiu que os túneis do metropolitano “estão seguros e sem nenhum risco".
O autarca disse ainda que foi instaurado um inquérito para apurar “exatamente de quem é a responsabilidade do erro” ocorrido e para averiguar se terá sido um erro de conceção do projeto, da execução do projeto ou da fiscalização, ou até “uma combinação de fatores”.
*Com Lusa
[Atualizada às 15:47]
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