De acordo com o inspetor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) Paulo Gonçalves “dos 10 milhões de euros branqueados, seis milhões passaram por Portugal, país que mais se destacou na atividade criminosa do grupo”.

A rede criminosa conseguiu abrir em Portugal, com recurso a burlas informáticas, 272 contas bancárias e constituído 32 empresas, utilizando para isso 28 identidades falsas.

“A organização criminosa agora desmantelada atuava em diversos países, servindo-se de pessoas contratadas para a abertura de contas individuais e de empresas que eram constituídas para esse efeito com utilização de documentação verdadeira e falsificada”, explicou à Lusa Paulo Gonçalves.

Segundo o inspetor, a PJ, que liderou a investigação durante mais de um ano, conseguiu fazer a reconstituição da atividade da organização desde 2016.

Entre as 20 pessoas detidas por suspeitas de branqueamento de capitais não se encontra qualquer cidadão português.

Nesta investigação, que envolveu autoridades de 15 países, foram realizadas mais de 40 buscas e apreendidos diversos elementos de prova na Letónia, Bulgária, Reino Unido, Espanha e Itália.

Durante a "complexa investigação" da operação “2BaGoldMule”, elementos da PJ locaram-se à Polónia, onde foi detido um homem cujo perfil e dados obtidos o colocam na cúpula desta organização criminosa.

A rede de burlas informáticas atuava em todo o mundo, mas em especial na Europa e Estados Unidos.