A fuselagem e restantes peças espalhadas por um descampado perto da aldeia de Varge, em Bragança, começaram a ser recolhidas depois de uma equipa de dois peritos do GPIAA ter chegado ao terreno por volta das 09:00 e feito uma investigação preliminar.
Os trabalhos terminam no local do acidente, mas irá prosseguir com o estudo do que restou da aeronave no hangar da entidade portuguesa responsável pela investigação de acidentes aéreos, como avançou hoje fonte do Aeroclube de Bragança (ACB) no local.
A aeronave ultraligeira de dois lugares era propriedade do Aeroclube e as vítimas são dois pilotos membros desta organização, um conhecido empresário de Bragança, de 60 anos, e um jovem piloto da TAP, de 26 anos.
A tarefa de juntar os destroços coube aos bombeiros voluntários de Bragança, depois de os peritos responsáveis pela investigação terem recolhido indícios para reconstituírem o que se terá passado, como explicou o segundo comandante, Carlos Martins.
As peças da aeronave serão acondicionadas num veículo e transportadas para o hangar de Viseu, com as autoridades locais a preverem que as conclusões do inquérito “ainda vão demorar algum tempo”.
O acidente ocorreu perto das 18:00 de sábado, quando os dois pilotos realizavam um voo de recreio, habitual entre os membros do Aeroclube para fazerem treino.
Os destroços ficaram espalhados num descampado próximo da aldeia de Varge, a cerca de cinco quilómetros do aeródromo municipal de Bragança, de onde a aeronave descolou por volta das 17:30.
Os corpos das vítimas foram retirados do local ainda na noite de sábado e encaminhados para o Instituto de Medicina Legal de Bragança, onde deverá ser realizada a autópsia, na segunda-feira, segundo fonte do aeroclube.
Este acidente aéreo foi o primeiro com vítimas mortais, em Bragança, segundo disse, no sábado, o diretor do aeródromo municipal, Orlando Gomes.
“É a primeira vez que acontece uma situação desta amplitude”, afirmou o responsável pela infraestrutura aeronáutica, onde está sedeado o Aeroclube de Bragança, proprietário do avião ultraligeiro com dois lugares usado em passeios de recreio e adquirido há dois meses.
O avião é de fabrico checo e tem matrícula de 2007.
A direção do Aeroclube de Bragança (ACB) lamentou a perda de “dois amigos” e manifestou “enorme pesar pela situação dolorosa”, em particular à família das vítimas.
“É com profundo pesar que o Aeroclube de Bragança vive um dos momentos mais trágicos da sua existência, a perda de dois amigos”, expressou em comunicado.
O Aeroclube de Bragança refere que “as causas do acidente são ainda desconhecidas” e recordou que no mesmo dia a aeronave fez uma viagem de ida e volta entre Bragança e Leon pilotada por um associado do ACB.
Esse piloto garantiu que “o avião estava em perfeitas condições, não escondendo a incredulidade que a situação causou em toda a “família do ACB”, bem como a toda a equipa que opera no aeródromo municipal de Bragança”.
“De momento, a direção do ACB tem a sua atenção centrada nos familiares dos dois ‘companheiros’, prestando-lhes toda a solidariedade”, indica ainda, referindo-se a este como um “dia de luto para o Aeroclube de Bragança e para toda a aviação civil nacional”.
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