“A forma como as obras desta empreitada estão a decorrer apresenta uma série de falhas, não acautelando a minimização dos seus impactos negativos e pondo mesmo em causa a segurança daqueles que, pedonalmente ou em qualquer tipo de viatura, têm de circular pelas ruas intervencionadas”, salienta o relatório do Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público, criado a 19 de fevereiro em Assembleia Municipal do Porto, por proposta da CDU, publicado na página da Internet do município.
Este documento, que foi enviado ao presidente da Metro do Porto, ao presidente da Câmara Municipal do Porto e aos membros da Assembleia Municipal do Porto, considera que obras desta dimensão causam sempre incómodos, incómodos esses que devem ser minimizados pelos responsáveis da empreitada, algo que não está a acontecer.
Entre os problemas identificados, que além de descritos no relatório são acompanhados de fotografias, estão os espaços reservados à circulação de peões.
Segundo o documento, com a intervenção nos passeios de diversos troços da Avenida da Boavista não houve o cuidado de assegurar o conforto e a segurança dos peões nos espaços de circulação alternativos.
Grande parte das passadeiras alternativas tem um pavimento em terra/saibro que com a chuva se transformam em lamaçais, acrescendo a isto o facto de muitas delas terem um pavimento irregular dificultando o seu atravessamento por pessoas com mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebé, adianta.
Por isso, o grupo de trabalho recomenda a pavimentação provisória desses locais com betuminoso ou a colocação de placas metálicas antiderrapantes, assim como a eliminação dos desníveis de acesso com a colocação de rampas.
Além disso, o relatório refere que alguns dos passeios alternativos criados para peões são “demasiado estreitos”, o que dificulta, em muitas zonas, cruzarem-se de frente dois peões, e outros têm perfis transversais irregulares devido à movimentação permanente das baias (redes metálicas de proteção das obras e/ou barreiras/pinos de separação entre os passeios e as faixas de rodagem).
Motivo pelo qual o relatório, redigido pelo líder do Grupo Municipal da CDU, Rui Sá, sugere o alargamento e melhoramento dos passeios provisórios.
Outra das questões levantadas no documento prende-se com as falhas de sinalização nos espaços reservados à circulação de automóveis, designadamente a “falta de cuidado” na atualização/colocação de sinalização vertical nas situações em que a horizontal se mantém a original.
“Estas situações, para além da confusão que geram no trânsito (já de si difícil por força das obras), são passíveis de originarem acidentes de viação cuja responsabilidade será difícil de apurar”, frisa o relatório.
O documento destaca ainda que há paragens de autocarro provisórias na Avenida da Boavista que não cumprem regras mínimas de conforto e de segurança.
O Bus Rapid Transit (BRT, vulgo ‘metrobus’ do Porto) será um autocarro a hidrogénio verde que circulará em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa, com serviço operado pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
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