Com tema proposto pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), em Portugal, a jornada é coordenada pelo instituto público Património Cultural, que herdou algumas das funções da ex-Direção-Geral do Património Cultural e anteriores organismos públicos que tutelaram a área patrimonial.

Hoje, no Museu Nacional de Arqueologia, que se encontra encerrado para obras no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, há a possibilidade de verdde perto a escavação arqueológica que decorre no interior do monumento, entre as 10h00 e as 17h00.

Esta atividade realiza-se “em parceria com a Morph, empresa responsável pela sondagem arqueológica na Torre Oca, que utilizou uma abordagem científica multidisciplinar que combina métodos próprios da Arqueologia com novas tecnologias das áreas da Geofísica e Modelização digital”.

O Dia Internacional motiva a realização de centenas de atividades de sensibilização para o património, algumas já em curso desde há uma semana, e que se prolongam até final do mês, segundo o instituto público.

Em comunicado o instituto Património Cultural afirma haver “uma ampla oferta de ações de entrada gratuita, nomeadamente visitas guiadas, concertos e conferências, promovidas por equipamentos culturais, autarquias e outros parceiros da sociedade civil”.

A escolha do tema das catástrofes e a resiliência do património propõe “uma reflexão sobre o património em tempos de crise, que passa também por compreender o passado e identificar formas de ação futura, ao nível da prevenção, intervenção de emergência e reparação”, afirma o Património Cultural, I.P..

Entre as várias atividades anunciadas, o Património Cultural destaca a mesa-redonda digital “Quando a ameaça é real. O património entre conflitos e desastres”, com a participação de especialistas de Portugal, Croácia e Egito, na quinta-feira, na Área Arqueológica do Freixo, Tongóbriga, no concelho de Marco de Canaveses, no distrito do Porto, e a exposição “Impacto da ausência de liberdade religiosa numa comunidade”, patente no Mosteiro de Arouca, no distrito de Aveiro.

Na Covilhã, no âmbito da Trienal de Design, no próximo sábado é proposta uma oficina, no Pavilhão Anil, sobre reutilização de destroços recolhidos dos incêndios dos últimos anos no concelho.

Em Loures, são propostas, no próximo dia 22, à tarde, visitas guiadas ao sítio arqueológico de Frielas, que esteve em atividade entre os séculos IV e VIII.

Também neste concelho dos arredores de Lisboa, e no mesmo dia, realizam-se visitas guiadas à Quinta e Palácio de Valflores, na Póvoa de Santa Iria.

O Palácio foi construído no século XVI, sendo considerado um exemplo da arquitetura residencial renascentista em Portugal. Em 2015, este palácio fez parte da lista divulgada pela Europa Nostra, principal organização europeia do património, como sendo um dos 14 monumentos mais ameaçados da Europa.

Outra atividade prevista é uma visita guiada à aldeia histórica de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, que faz parte do Parque Natural do Douro Internacional, e onde se encontram várias referências medievais.

No próximo sábado, às 10:30, o presidente da Câmara da Chamusca apresenta o projeto de musealização da Rota das Igrejas deste concelho ribatejano.

O ICOMOS, que celebra 60 anos, “assinalando a sua ação em prol da salvaguarda do património sob ameaça, apela nesta edição a uma reflexão sobre a proteção dos bens culturais em contexto de crise e perante situações extremas (de causa natural ou humana), assim como a identificação de objetivos futuros em matéria de prevenção, atenuação, preparação, resposta a emergências e recuperação”.

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios é celebrado a 18 de abril desde 1982, por decisão deste organismo internacional.

As diferentes atividades nacionais podem ser consultadas no ‘site’ do Património Cultural.