“O departamento de Justiça está a tentar protegê-la e interferir com a investigação do FBI”, sustentou Trump no seu quarto comício em dois dias na Florida, desta vez na cidade de Jacksonville, no norte do estado, onde o Presidente, Barack Obama, estará também hoje para apoiar Hillary.
O candidato republicano referia-se à investigação que o FBI surpreendentemente reabriu na passada sexta-feira sobre o escândalo dos emails enviados por Hillary de um servidor privado durante o período em que foi secretária de Estado (2009-2013).
Segundo Trump, o FBI “está a realizar uma investigação criminal” a Clinton “por violação de leis federais”.
Na sua opinião, “é provável que a investigação conduza a uma acusação”, porque a ex-chefe da diplomacia norte-americana pôs “o departamento de Estado à venda em leilão”, razão pela qual incitou os seus apoiantes a gritar “Metam-na na Prisão!”.
Na sexta-feira passada, o diretor do FBI, James Comey, informou de que estavam a investigar 650.000 novas mensagens de correio eletrónico “possivelmente” relacionadas com o uso indevido de um servidor privado por Hillary Clinton para lidar com informação confidencial, enquanto membro do primeiro Governo de Obama.
“Não se lhe devia ter permitido candidatar-se ao cargo de Presidente, e é aí que o sistema está manipulado”, vincou Trump, arremetendo novamente contra a comunicação social ao afirmar que “a imprensa não quer que se conheça a realidade”.
A campanha de Hillary pediu ao FBI que divulgue o novo material, mostrando-se confiante de que não encontrará “nada”, tal como concluiu na anterior investigação.
Por sua vez, Obama defendeu na quarta-feira ser importante que as investigações ao Governo não se guiem por “insinuações” de natureza política.
“Creio que há uma norma segundo a qual, quando há investigações, não trabalhamos com base em insinuações, nem em informações incompletas, nem em fugas de informação. Trabalhamos com base em decisões concretas que foram tomadas”, acrescentou.
Trump questionou também o facto de o Presidente participar em ações de campanha a favor de Hillary, como os de hoje na Florida.
“Porque não volta a trabalhar? Está a fazer campanha todos os dias. Ela está sob investigação criminal. Creio que existe um conflito [de interesses]”, afirmou.
As novas mensagens de correio eletrónico foram encontradas pelo FBI no portátil do ex-congressista Anthony Weiner, que era namorado de uma das assessoras mais próximas de Hillary, Huma Abedin, e as autoridades estão a averiguar quantas são relevantes para a investigação sobre a candidata presidencial democrata.
Depois de divulgada a decisão do FBI de reabrir a investigação deste caso, Hillary Clinton perdeu uma boa parte da sua vantagem nas sondagens, que agora dão um empate técnico entre os dois candidatos.
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