De acordo com a mesma fonte, no local, pelo menos quinze pessoas foram já retiradas dos escombros, entre as quais um professor, vários residentes e algumas crianças, escreve a agência Lusa.

O edifício de três andares desabou às 10:00 locais (09:00 em Portugal), num momento em que decorriam atividades num infantário e numa escola primária, que funcionavam no terceiro piso da construção.

O prédio estava localizado na zona de Ita-faji, o coração histórico de Lagos, e, além da escola no terceiro andar, albergava um centro de reabilitação e uma mercearia.

Mohammed Muftau, residente local que testemunhou o colapso, revelou à BBC que o edifício já preocupava os residentes há algo tempo e que o número de queixas relativas a essa situação tinha aumentado.

Ao jornal económico nigeriano Business Day, o responsável do gabinete de relações públicas da Agência de Controlo de Edifícios do Estado (LABCA, na sigla inglesa), Gbade Tola, referiu que o edifício tinha sido sinalizado para demolição em 2018.

"O edifício já estava afetado em 2018 e nós marcámo-lo [para demolição] em 2018. Evacuámos o edifício, mas, infelizmente, eles [os ocupantes] acabaram por regressar", disse.

Não é conhecido o número oficial de pessoas no interior do edifício aquando do seu desabamento, mas estima-se que mais de cem crianças frequentassem a escola.

Operação de Resgate

A Reuters reporta que, depois do desabamento, as equipas de resgate começaram a afastar os destroços à procura de sobreviventes enquanto milhares de pessoas se acumulavam nas ruas e no topo de edifícios adjacentes para assistir aos trabalhos de salvamento.

Já um repórter da AP diz ter assistido a vários homens em tronco nu a quererem juntar-se e oferecer assistência, munidos de serras e marretas, alguns até mesmo subindo os destroços descalços. Pelo meio da multidão chegaram ambulâncias, camiões dos bombeiros e uma escavadora, estando também presentes trabalhadores da Cruz Vermelha e agentes da polícia.

Desabamentos de edifícios são uma ocorrência comum na Nigéria devido à falta de regulação quando à construção de novos imóveis e à falta de qualidade dos materiais.

Em 2016, mais de 100 pessoas morreram quando uma igreja ruiu no sul do país, sendo que, no mesmo ano, um edifício de cinco andares ainda em construção desmoronou-se, matando, pelo menos, 30 pessoas.

O colapso ocorreu numa fase em que o presidente nigeriano Muhammadu Buhari, está a tentar melhorar as infraestruturas daquela que é a mais populosa nação africana.

A falta de qualidade das infraestruturas nigerianas foi apontada pelo FMI, que disse que estas têm "menos de metade do tamanho da média das dos país africanos subsarianos e apenas uma pequena parte daquilo que existe em economias de mercado emergentes", mencionando ainda a "percecionada baixa qualidade das infraestruturas".

[Notícia atualizada às 17:25 - Atualiza o número de vítimas mortais e de sobreviventes registado até à data e corrige a informação no primeiro parágrafo que indicava, de forma errada, que a capital da Nigéria é Lagos.]

* Com agências