Numa nota enviada à agência Lusa no último dia do prazo para apresentação de propostas para compra da posição da empresária angolana, o Conselho de Administração da Efacec Power Solutions considera que “o conjunto de propostas rececionadas evidencia o valor económico e estratégico reconhecido à Efacec no panorama nacional e internacional, nos setores da energia, mobilidade e ambiente”.
Segundo refere, no âmbito da alteração da estrutura acionista do grupo Efacec “foram entregues hoje cerca de uma dezena de propostas não vinculativas (‘non-binding’) à Stormharbour, SL”, entidade responsável por assessorar o processo.
“À semelhança das entidades que manifestaram interesse no processo, as propostas não vinculativas foram apresentadas por entidades/investidores com diferentes perfis, nomeadamente grupos industriais e fundos de investimento, quer nacionais, como internacionais”, adianta.
Segundo acrescenta, “segue-se agora o processo de diálogo necessário entre todos os ‘stakeholders’ relevantes para a prossecução do processo de alteração acionista”.
A saída da filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, do capital da Efacec acontece na sequência do envolvimento do seu nome no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou, em 19 de janeiro passado, mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.
A empresária angolana entrou no capital da Efacec Power Solutions em 2015, após comprar a sua posição aos grupos portugueses José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves, que continuam ainda a ser acionistas da empresa, enfrentando atualmente o grupo sérias dificuldades de financiamento devido à crise acionista que atravessa.
A situação levou já o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras e Energia (Site-Norte) a reclamar, por diversas vezes, a nacionalização da Efacec, de forma a por a empresa “ao serviço do país” e a garantir a manutenção dos mais de 2.500 postos de trabalho.
“Todo o país concorda que a Efacec é uma empresa estratégica, altamente tecnológica e essencial para Portugal. Exigimos que o Governo proceda ao controlo público do grupo Efacec e à sua integração no setor empresarial do Estado”, sustentou o sindicato num comunicado distribuído na segunda-feira aos trabalhadores da empresa.
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