“Num momento em que o país enfrenta ataques de malfeitores em Cabo Delgado, deu-se tónica a esse assunto, mas o objetivo é mesmo [dar formação] no âmbito geral das matérias relacionadas com a Defesa e Segurança”, disse o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, no final de uma visita oficial ao Egito.
Os dois países “têm há vários anos acordos de cooperação no domínio de defesa e segurança, através de formação de instrutores da Academia de Ciências Policiais, e que agora o esforço é reativar esse acordo”, refere uma nota da Presidência.
Abdel Fatah El-Sisi, Presidente egípcio, é também citado, referindo que o Egito “tem larga experiência em prevenir e combater ataques terroristas protagonizados por movimentos extremistas, daí que quer trocar informações constantes com Moçambique nesse domínio, para se evitar o desenvolvimento de grupos radicais”.
De acordo com os números recolhidos pela Lusa, a onda de violência em Cabo Delgado, norte de Moçambique, já provocou, desde 2017, a morte de cerca de 200 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança.
Entretanto, o Estado Islâmico difundiu este mês um comunicado reivindicando a autoria de um ataque que vitimou um número indeterminado de militares moçambicanos, em confrontos em Cabo Delgado, entretanto negado pela Polícia da República de Moçambique.
Filipe Nyusi visitou aquele país entre sexta-feira e domingo.
Os dois chefes de Estado assinaram acordos de entendimento nas áreas da agricultura, consultas políticas e isenção de vistos para passaportes diplomáticos, de serviço e especiais.
Filipe Nyusi referiu que as relações diplomáticas e de cooperação com o Egito “estavam hibernadas há 10 anos” e que os dois países pretendem reativá-las.
No próximo ano deverá realizar-se uma reunião da comissão mista Moçambique/Egito, que terá como objetivo avaliar o grau de implementação de decisões anteriores (a última reunião aconteceu em 2010) e explorar novas áreas de cooperação entre os dois Estados.
Foi ainda preparado um acordo de cooperação na área da saúde que permite que cidadãos moçambicanos possam fazer transplante de órgãos no Egito.
O acordo privilegia doentes oncológicos e crianças, de acordo com a edição de hoje do jornal Notícias.
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