No final de uma manhã de campanha eleitoral para as legislativas, no Porto, Assunção Cristas voltou a atacar Ferro Rodrigues por ter "dado cobertura" ao PS no parlamento para não marcar uma comissão permanente no parlamento antes das eleições de domingo.

Cristas criticou "a inação" de Ferro quanto ao pedido dos centristas para que fossem enviadas para o Ministério Público as declarações, feitas no parlamento, por António Costa e Azeredo Lopes, e que o CDS alega que podem considerar-se "declarações falsas".

"Estou a referir-me, em concreto, à inação do presidente da Assembleia da República no que respeita às declarações, em vários momentos, ao parlamento, e que, no entender do CDS, deveriam ter sido remetidas para o Ministério Público. O senhor presidente da Assembleia ficou muito incomodado com o pedido do CDS, mas o CDS fica muito incomodado com presidente da Assembleia, que mostrou e mostra que está mais preocupado em proteger o PS, em proteger o Governo, do que proteger o parlamento enquanto instituição democrática", disse.

A presidente do CDS recordou um caso recente, de declarações do empresário Joe Berardo, em que o parlamento as remeteu para o Ministério Público.

Numa nota entregue hoje à conferência de líderes, que decidiu não agendar um debate sobre Tancos na comissão permanente antes do final da campanha eleitoral, Ferro Rodrigues considerou "inapropriada, incorreta e injustificada" a forma como Cristas o interpelou sobre o assunto e recordou que todas as declarações, tanto de Costa como de Azeredo, são públicas.

"Uma coisa é o parlamento sentir que foi posto em causa com eventuais declarações falsas e que tem de ter proatividade e ação em enviar para o MP. Outra coisa é o parlamento não se sentir incomodado com essa possibilidade e achar que é o MP que, se quiser, vai buscar esses elementos", criticou ainda.

Para Assunção Cristas, a atitude de Ferro "prova" que "não se sentiu incomodado" e "não acha que uma hipótese de falsas declarações de membros de membros do Governo, que o parlamento deve fiscalizar e escrutinar, sejam razão suficiente para as enviar para o MP".

Os partidos da esquerda também foram alvo da líder centrista, acusando os parceiros do PS nestes quatro anos de governação, PCP, BE e PEV, de terem mudado de opinião sobre a convocação da comissão permanente para discutir Tancos.

E insistiu na ideia dos centristas de, depois das eleições de domingo, criar uma nova comissão parlamentar de inquérito para apurar as responsabilidades políticas ao furto de material militar de Tancos, em 2017.

Registo que os partidos mais à esquerda, que branquearam a ação do Governo na primeira comissão de inquérito [a Tancos], agora dizem que é importante", mas disseram o mesmo sobre a comissão permanente, e hoje "acabaram por dar o apoio ao PS" na conferência de líderes.

(Notícia atualizada às 14:52)

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