À entrada para o Conselho Nacional do PSD, que hoje votará as listas de candidatos a deputados, Bruno Vitorino afirmou que “obviamente” votará contra as listas propostas pela direção, que o excluem a si e à a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que foi proposta pelo PSD/Setúbal.

“Eu gostava que o PSD fosse para qualquer embate eleitoral unido. A diferença entre um presidente e um líder é a capacidade que um líder tem de unir à sua volta”, considerou, apontando como exemplos de liderança Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva.

Questionado se o presidente do PSD, Rui Rio, está a cumprir a promessa que fez depois de ser eleito de que o partido “não seria um clube de amigos”, Bruno Vitorino respondeu em tom irónico.

“Eu sou presidente de uma distrital, mas aprendi neste processo que, às vezes, é melhor ter um amigo na nacional do que ser presidente de uma distrital”, afirmou.

Bruno Vitorino considerou que a avocação da elaboração da lista de Setúbal pela direção nacional é “anti-estatutária e antidemocrática” e lamentou que o partido esteja a discutir nomes e não ideias.

“Vamos aprovar linhas programáticas que não sabemos quais são. Como é que podemos pedir aos conselheiros nacionais para ficarem vinculados a um documento que não conhecemos?”, criticou.

O programa eleitoral do PSD foi aprovado hoje na Comissão Política Nacional, que terminou já depois das 21:00, e deverá ser votado esta noite pelo Conselho Nacional, tal como as listas de candidatos a deputados às legislativas de 06 de outubro.