"É possível uma maioria absoluta porque quem vai votar em nós são pessoas de fé, de boa índole, com princípios", afirmou, indicando, por outro lado, que apenas "os ladrões, os bandidos, os corruptos, os subsídios dependentes" não vão escolher o Chega.
"Quero desmitificar o bicho que se criou que a direita é muito má. A direita não é má", disse em entrevista à agência Lusa, lamentando que o país e a Europa estejam a atravessar um período "demasiado socialista", situação que se repercute na Madeira, pois considera que o PSD, no governo há quatro décadas, é um partido de "princípios socialistas".
O seu principal objetivo é "emagrecer o poder político" e "abolir cargos inúteis" na administração pública, onde o Chega já identificou 63 ao nível da região autónoma, nomeadamente cerca de metade dos 47 lugares de deputado no parlamento.
"Em gostava imenso de ter maioria já nestas eleições, porque na primeira assembleia que houver no dia seguinte vamos já reduzir para 22 deputados", declarou, vincando que "o povo madeirense anda doente da cabeça, anda doente fisicamente porque já não aguenta mais".
O candidato não se pronuncia, contudo, sobre eventuais coligações com outras forças para viabilizar um governo, remetendo a posição do partido para depois das eleições.
Miguel Teixeira, que é também presidente do Chega no arquipélago, afirmou que pretende estabelecer um partido "forte e diferente", para dar "voz aos que não a têm", mas admite que não é a pessoa "mais capacitada" para o liderar.
"Nós temos pessoas mais capacitadas. Só que na região infelizmente é assim: as pessoas têm receio, tem imenso medo de dar a cara", disse, revelando que a estrutura conta com o apoio, por exemplo, de médicos, enfermeiros e guardas prisionais, que "não podem dar a cara porque têm medo de represálias".
O candidato, porém, considera que não tem "nada a perder" e por isso avançou para a liderança e agora também como primeiro candidato à presidência do Governo Regional.
"Vamos dar voz àqueles que normalmente não a têm, nomeadamente as forças de segurança, que são desprezadas por toda a gente", referiu, indicando que vão também combater o desemprego e proteger os pequenos empresários que são "espremidos com uma carga fiscal brutal".
Para o sucesso destas propostas, o Chega considera fundamental "emagrecer" o Estado, pondo-o a "distribuir o dinheiro tanto quanto possível" e, acima de tudo, "acabar com o compadrio e com toda a corrupção".
"Nós vamos ser rígidos", disse. E reforçou: "Quem no partido tocar com um dedo em dinheiros públicos fica sem a mão, quem estiver com interesses pessoais, se entrou a 100 à hora, vai sair a 1.000 à hora. Este partido é diferente."
Miguel Teixeira tem 60 anos e é empresário na área da floricultura.
* Duarte Caires (texto) e Homem de Gouveia (fotos), da agência Lusa
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