“Neste momento, a coligação não se proporcionou e, por isso, temos de agora partir para uma luta individual dedicada às pessoas e associações”, disse Valter Rodrigues, numa entrevista à agência Lusa sobre o projeto de candidatura do MPT para as eleições regionais marcadas para 22 de setembro.

Inicialmente, o MPT ia apresentar uma lista coligado com o Aliança, um projeto denominado ‘Unidos pela Madeira’, mas o Tribunal Constitucional rejeitou esta pretensão por motivos ligados utilização dos símbolos dos dois partidos.

“Basicamente, depois de o TC ter dito [divulgado a decisão], numa hora conseguimos por tudo pronto e entregar as listas a sete minutos do prazo final, as 18:00”, no dia 13, salientou.

Valter Rodrigues, um empresário de 38 anos ligado ao ramo da informática, é responsável pela comissão que reinstalou o MPT na Madeira, e vai concorrer como independente, mencionou.

“O MPT tem sempre a suas linhas ecológicas e humanistas”, destacou, salientando que o objetivo é trabalhar com as pessoas, visando “criar a confiança” para que votem no partido, mostrando que ele “está aqui outra vez”.

Sobre os objetivos eleitorais, o candidato considerou que o partido “não pode ter expectativas” e tem de trabalhar, embora tenha “confiança na eleição de um deputado”.

“Posso dizer que vamos trabalhar para termos representação”, sublinhou.

Questionado sobre a possibilidade de, pela primeira vez na região, nenhum partido obter a maioria absoluta, o candidato do MPT argumentou que essas perspetivas são tudo “especulações muito grandes”, que não traduzem a realidade, nem são fiáveis em termos de elementos, locais de inquérito e “só a 22 de setembro” é que tudo ficará definido.

Mas, “as sondagens são boas, apelam ao voto”, disse, defendendo que “todos os partidos devem apresentar os seus projetos com dignidade e discutir.

"Quanto mais esclarecermos a população dos projetos políticos mais esta pode acreditar”, afirmou.

O cabeça de lista sustentou também que o objetivo do MPT é “apoiar as leis que ajudem a população da Madeira e Porto Santo a ter mais dignidade”.

Questionado sobre eventuais coligações respondeu: “A nossa linha de defesa não quer dizer que vamos para a esquerda ou para a direita, somos ao centro, temos os nossos próprios projetos, temos as nossas próprias capacidades e é isso que temos de mostrar à população, que somos capazes”.

As linhas ecológicas do partido, a importância da região azul e das sociedades verdes são as principais bandeiras do MPT, que programou uma campanha eleitoral denominada “zero, sem lixos e sem desperdícios”.

Valter Rodrigues sublinhou ainda que não podia deixar desaparecer “um partido que tem uma existência de 10 anos na Madeira, que já teve representação parlamentar”.

“Alguns filiados já voltaram e estão nas listas e o partido vai começar a crescer novamente. Penso que a população vai acreditar”, concluiu.

Nas últimas legislativas regionais, em 2015, o MPT concorreu coligado com o PS, PTP e PAN, tendo a coligação obtido 14.573 votos (11,43%) e eleito seis deputados.

* Ana Basílio (texto) e Homem de Gouveia (foto), da agência Lusa