"O nosso partido é um partido dos pobres, temos que lutar pelos pobres", afirma Fernanda Calaça em entrevista à agência Lusa, indicando que o objetivo nas regionais de 22 de setembro é "eleger um deputado" e, desse modo, "honrar os votos” que lhes derem.
Dos 94 candidatos do PCTP/MRPP, 33 são mulheres e a "esmagadora maioria" são trabalhadores da hotelaria, pescadores, operários da construção civil, desempregados, donas de casa e comerciantes.
"A candidatura representa assim quem é mais explorado e oprimido nesta região autónoma e a nossa voz nunca se calará em sua defesa, para uma sociedade sem explorados nem oprimidos", sublinha a cabeça de lista.
Fernanda Calaça tem 69 anos e é reformada, tendo já sido primeira candidata às eleições regionais de 2015, bem como às nacionais desse ano pelo círculo da Madeira, e foi também cabeça de lista do PCTP/MRPP à Câmara Municipal de Machico, na zona leste da ilha, de onde é natural, nas eleições autárquicas de 2017.
"Ao contrário do que as trombetas eleiçoeiras e demagógicas anunciam, a situação do povo trabalhador da Madeira e do Porto Santo em nada se alterou substancialmente de há cinco anos para cá", considera, sublinhando que a autonomia político-administrativa foi "usurpada pela classe dominante e seus lacaios".
Por isso, o partido bate-se "contra as ilusões eleiçoeiras" e apresenta propostas como a fixação do horário de trabalho em 35 horas semanais, o aumento das pensões e reformas de valor inferior ao salário mínimo para o limite mínimo de 615 euros, a abolição de taxas moderadoras no serviço de saúde da região, a construção urgente de novo hospital e a renacionalização da TAP.
Fernanda Calaça defende também a abolição das proibições ou limitações da captura de peixe nos mares do arquipélago, pois considera que o setor das pescas "está numa desgraça".
A candidata do PCTP/MRPP alerta, por outro lado, para a dimensão da dívida pública da região autónoma, afirmando que registou apenas uma descida "ligeira e artificial", situando-se nos 5.190 milhões de euros em 2018.
A cabeça de lista propõe, como forma de ultrapassar as contingências, que a autonomia se transforme num "movimento de emancipação política e cultural" e que imponha transferência de "todos os poderes políticos e administrativos" para alçada regional, com exceção da Defesa Nacional, o Supremo Tribunal de Justiça, a representação externa e a moeda.
Nas eleições legislativas regionais de 2015, o PCTP/MRPP obteve 2.137 (1,68%), não conseguindo eleger deputados.
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