A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) de Portugal atingiu os 480 milhões de euros em 2022, segundo dados preliminares divulgados hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mais 100 milhões do que em 2021.

A subida da APD de Portugal foi “a maior registada desde 2010, correspondendo a 0,23% do Rendimento Nacional Bruto”, refere em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

A vertente bilateral registou um aumento de 31% em relação a 2021, contabilizando 186 milhões de euros, e a Ucrânia, a seguir a Moçambique, entrou no grupo dos principais beneficiários, que incluiu ainda São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde.

“Este aumento da APD portuguesa reflete o empenho de Portugal no apoio continuado ao desenvolvimento sustentável dos nossos parceiros no continente africano, bem como na ajuda humanitária à Ucrânia no quadro da conjugação de esforços no âmbito multilateral, com enfoque na União Europeia”, sustenta o MNE na nota.

Os fluxos da APD multilaterais registaram uma subida de 19% em comparação com o ano anterior, atingindo 294 milhões de euros, em resultado do reforço do contributo de Portugal para as parcerias com a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento e a Associação Internacional para o Desenvolvimento do grupo Banco Mundial.

O MNE considera que estes dados reafirmam o “compromisso nacional com o aumento gradual e sustentado da APD, em linha com a Estratégia da Cooperação Portuguesa 2030”, referindo que estão acima da taxa de média de crescimento dos membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento.

Segundo o relatório da OCDE, a ajuda externa de doadores oficiais teve em 2022 um aumento de 13,6% em termos reais em relação a 2021, à medida que “os países desenvolvidos aumentaram os seus gastos com ajuda humanitária e com processamento e acolhimento de refugiados”.