Aludindo que algumas zonas de Barcelona atingiram uma satuação de turistas, o subdiretor do Turismo de Barcelona (Espanha), Albert de Gregório, afirmou estar a decorrer um trabalho para equilibrar a cidade e o turismo, num compromisso de sustentabilidade e na perceção de que o turismo é agradável para os residentes.
Em algumas zonas da cidade, de 3,7 milhões de estadias em 1990 passou-se para mais de 19 milhões em 2016, enquanto o número de camas passou de menos de dois milhões para 9 milhões, acrescentou o dirigente, notando que o ponto de viragem foram os Jogos Olímpicos de 1992.
Apesar da concentração de turistas ser nas zonas mais populares da cidade - Ramblas, Sagrada Família, estádio do FC Barcelona, Paseo da Gracia e Montjuic -, os residentes têm a perceção que Barcelona está saturada.
“Este grau de densidade em certas zonas não é sustentável”, assumiu o responsável, que notou estar a conhecer-se a situação para “a mudar”, nomeadamente com um trabalho de equilíbrio entre a cidade e o turismo, num compromisso de sustentabilidade e na perceção de que o turismo é agradável para os residentes.
Também decorre a estratégia para os turistas se deslocarem para os arredores da capital catalã, de ampliar a oferta cultural relacionada com a identidade.
“Há turistas que querem sentir-se como locais e para que isso aconteça não se pode perder a identidade”, sublinhou o responsável, que afirmou o objetivo de “conseguir uma cidade em que turistas e cidadãos estejam confortáveis” e o equilíbrio entre a satisfação das duas partes.
“As cidades podem ter turistas, mas os turistas não devem ter as cidades”, foi como concluiu a intervenção Doug Lansky, autor norte-americano de artigos e livros sobre turismo e consultor no setor.
Além de equilíbrios, o autor avançou algumas ideias sobre como melhorar a experiência dos visitantes: casas de banho públicas, lojas abertas até depois das 18:00, transformação de postos de turismo, “que são gigantes expositores de brochuras” para as pessoas descansarem e “carregarem energias para reentrarem” no circuito do consumo.
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