“A comunidade deve seguir estritamente as recomendações das autoridades e agir com a maior precaução possível: se não precisar de sair, não saia de casa; e talvez sejam dias para não abrir as lojas ou outros estabelecimentos”, referiu Manuel Carvalho.
Numa mensagem à comunidade portuguesa residente na África do Sul, divulgada hoje através de vários grupos da rede social WhatsApp do movimento associativo português no país, o diplomata adiantou que as “estruturas consulares estão alerta e a acompanhar proximamente a situação”, sem avançar detalhes.
“Casos de emergência e de assistência consular devem ser comunicados ao Gabinete de Emergência Consular (gec@mne.pt; +351961706472) ou aos nossos Postos”, lê-se na nota, a que a Lusa teve acesso, acrescentando que “sendo os casos mais graves todos em zonas que cabem na jurisdição de Joanesburgo, as situações relevantes podem ser comunicadas à equipa do consulado-geral (emergência consular: 0783446495)”.
O diplomata português considerou que os distúrbios violentos que fustigam pelo sexto dia consecutivo a África do Sul “enquanto duram, são momentos particularmente perigosos em que é essencial manter toda a prudência”.
“Há que ter sempre presente que a vida vale mais que o património; e que é importante tomarmos as medidas que previnam passos ou situações que possam trazer consequências irreversíveis”, adiantou.
“Infelizmente, sabemos de estabelecimentos de portugueses que foram vandalizados em certas zonas no KwaZulu-Natal e no Gauteng. Não tenho conhecimento de danos pessoais”, salientou.
Na ótica de Manuel Carvalho, “quem está em África, quem está na África do Sul há muito tempo já viu situações parecidas e, como tem sido geralmente o caso, acabam por sossegar após alguns dias, com medidas de recuperação do controlo pelas autoridades”.
“Acredito que o mesmo irá ocorrer desta vez”, preconizou o embaixador de Portugal na África do Sul na mensagem dirigida aos portugueses residentes no país.
Em declarações hoje à Lusa, a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, já havia recomendado prudência aos portugueses e instou-os a manterem-se em casa.
A governante adiantou que entre as vítimas da violência não há portugueses.
Pelo menos 45 pessoas morreram e mais de 750 foram detidas em distúrbios violentos, saques e ações de intimidação, que continuam pelo sexto dia consecutivo na África do Sul, depois da prisão do antigo chefe de Estado e ex-líder do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), Jacob Zuma, na passada quarta-feira à noite.
O Governo sul-africano destacou 2.500 militares para apoiar a polícia a conter os distúrbios na província de origem de Zuma, KwaZulu-Natal, assim como em Gauteng, o motor da economia do país. Mas os protestos estendem-se a várias outras cidades da África do Sul, nomeadamente à Cidade do Cabo, onde vivem mais de 30.000 portugueses.
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