"Trump foi uma surpresa para toda a gente, a começar pela escolha entre 16 oponentes [nas primárias]; ele conseguiu 'tocar' no sentimento de insatisfação do eleitorado, que sente que o Governo não os ajuda; a economia melhorou, os empregos foram criados, mas a classe média não beneficiou disso", disse Robert Sherman durante um debate que decorre em Lisboa, organizado com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Falando num evento que acompanha a noite eleitoral norte-americana, Sherman considerou que "o que os eleitores dizem [com a escolha de Trump] é que estão farto de promessas que não se concretizam, e por isso votam numa pessoa fora do sistema".
Para o embaixador, isto mostra uma tendência mais generalizada de movimentos contra o sistema político ('establishment') "não só nos EUA, mas também em vários países na Europa".
Antes da explicação sobre o mapa eleitoral norte-americano, na qual considerou que são os Estados flutuantes que vão decidir o resultado, Sherman resumiu a a eleição como uma corrida "entre um candidato que quer continuar na direção de Obama e outro que tem uma visão diferente e que quer recuar e ser menos intervencionista no mundo".
Esta, concluiu, "é a oportunidade para os norte-americanos exprimirem o que querem".
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