Igualmente contactado pela Lusa, Manuel Leal, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STTRUP), disse que a paralisação tem decorrido de forma “irregular de estação para estação”, com maior adesão nas estações da Musgueira e Miraflores.
Para o feriado de sexta-feira, Manuel Leal admitiu que são esperados “efeitos muito mais limitados”, não sendo “expectáveis níveis de adesão significativos” como os sentidos durante a semana.
Também à Lusa, a Carris referiu que desde segunda-feira se “tem verificado uma média diária de 3,8% de serviços [viagens] suprimidos, correspondente a uma adesão de cerca de 5% dos trabalhadores”.
Em 15 de março, a Carris anunciou um acordo com quatro sindicatos, em que os trabalhadores teriam um aumento salarial de 70 euros, ficando de fora o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, ligado à Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
O STRUP pedia um aumento salarial na ordem dos 100 euros, assim como um horário diário de sete horas de trabalho e rendições dos funcionários junto às estações.
Perante a proposta salarial submetida pela administração da transportadora lisboeta de autocarros e elétricos, decorreu um plenário do sindicato, no qual cerca de 200 trabalhadores decidiram a marcação de uma greve às duas primeiras horas e últimas horas (no serviço de cada trabalhador) durante uma semana.
De acordo com a transportadora, foram decretados serviços mínimos, por deliberação do Tribunal Arbitral, nomeadamente o funcionamento em 25% do regime normal das carreiras 703, 708, 735, 736, 738, 742, 744, 751, 755, 758, 760 e 767, além do funcionamento do serviço especial de pessoas com mobilidade reduzida, de acordo com os pedidos de transporte.
Aquando do plenário, e sobre o aumento salarial de 100 euros, Manuel Leal adiantou à Lusa que, depois da mais recente reunião, realizada em fevereiro, “a administração não chegou a dar resposta”, mas “assumiu continuar as negociações do restante clausulado do acordo da empresa”.
Segundo um comunicado do STRUP, “a proposta de 70 euros apresentada pela administração é insuficiente e não responde àquilo que os trabalhadores desejam e merecem”, além de os salários não refletirem os “ganhos de produtividade” da Carris ou o aumento do custo de vida.
A Carris é responsável pelo serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros na cidade de Lisboa, sendo, desde 1 de fevereiro de 2017, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa.
Comentários