As signatárias assumem que vão “mudar alguma coisa na forma como as pessoas acedem ao seu local de trabalho”, na forma como prestam serviço aos seus clientes e na sua própria organização, afirmou o vereador da Mobilidade na Câmara de Lisboa, Miguel Gaspar (PS).

Falando na cerimónia de assinatura do pacto, que decorreu no Museu da Carris, o autarca salientou que este é um “documento de ações concretas”, destacando a eletrificação das frotas, a oferta de pacotes de mobilidade para os funcionários e a criação de “condições para que as pessoas acedam ao local de trabalho nestes modos ativos”.

As medidas têm de “abranger todos os trabalhadores”, sublinhou o vereador da Mobilidade.

Miguel Gaspar referiu também “outras medidas mais ambiciosas”, como alterar a forma de trabalhar, “permitindo às pessoas, por exemplo, terem mais dias de teletrabalho em casa para que tenham de se deslocar menos vezes”.

O vereador da Mobilidade realçou ainda que a cidade assumiu o compromisso de se reunir de forma regular com estas empresas, de modo a discutir “o problema da mobilidade na cidade de Lisboa”.

“Nós aqui fazemos algo que não é usual fazer-se. É que nós assinamos um compromisso de ações concretas, que daqui a muito pouco tempo vamos discutir, vamos dar visibilidade, vamos avaliar e vamos poder mostrar às pessoas”, reforçou, por seu turno, o presidente da câmara, Fernando Medina (PS).

O chefe do executivo municipal defendeu que é “obrigação” das empresas e da autarquia levantar e identificar problemas, mas também de construir os meios para os ultrapassar.

“Porque se nós só identificamos um problema e não traduzimos a ação concreta, o que nós criamos muitas vezes é uma ansiedade que […] só agrava o problema”, notou.

O autarca admitiu que esta “não é uma agenda pacífica, aceite, fácil de implementar”, por colidir com os hábitos: “A ambição de qualquer pessoa não é o transporte coletivo. A ambição de qualquer pessoa é ter mesmo o espaço para o seu carro individual”.

O presidente do conselho de administração da Carris, Tiago Farias, adiantou que a empresa vai “implementar uma rede interna de bicicletas partilhadas elétricas” e “aumentar a frota interna de veículos elétricos”, entre outras medidas que contribuirão para cumprir “as metas traçadas pela cidade de Lisboa em termos de descarbonização e em termos de ambiente”.

O Pacto de Mobilidade Empresarial para a Cidade de Lisboa é uma iniciativa conjunta da autarquia e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), e envolve 58 empresas públicas e privadas, entre as quais a ANA – Aeroportos de Portugal, EDP, Carris, EMEL e Metropolitano de Lisboa.

O documento foi assinado por 57 entidades, tendo a Lime manifestado hoje interesse em colaborar, indicou fonte da BCSD Portugal.

Estão previstas mais de 200 medidas para os próximos dois anos.