“A situação é preocupante mas não alarmante. Não há motivo para alarme grande mas há motivo para preocupação e se fazer alguma coisa”, disse à agência Lusa Miguel Guimarães.
Uma jovem de 17 anos, que não estava vacinada, morreu hoje com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação. Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães disse que é necessário lançar uma campanha massiva junto da população portuguesa para a importância de ser cumprido o plano nacional de vacinação.
“O risco de epidemia alargado não existe dado o elevado nível de proteção em Portugal mas é fundamental fazer uma campanha massiva junto da população. Quando se faz uma campanha as coisas resolvem-se”, disse.
Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, a questão preocupante é que existem pais que não estão a vacinar as crianças criando um problema de saúde pública, uma vez que uma pessoa com sarampo pode contaminar dezenas ou centenas.
“O sarampo é uma doença altamente contagiosa que se contagia através do ar ou do contacto. Por exemplo, numa sala fechada com dez pessoas se uma delas tiver sarampo e as restantes não estiverem imunizadas oito vão contrair a doença”, explicou.
O bastonário da Ordem dos Médicos disse ainda que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e uma das doenças infeciosas que mais mata por atingir muita gente.
O sarampo é uma doença geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal.
Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.
De acordo com o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.
Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.
Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.
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