“O Presidente Erdogan enfatizou a importância da mensagem do Papa Francisco a Israel para mobilizar o mundo cristão e a comunidade internacional”, disse a Presidência turca num comunicado sobre os detalhes da conversa.
De acordo com o chefe de Estado turco, “toda a humanidade deve unir-se contra a ocupação de Israel, que ataca os santuários”, já que não afeta apenas a população palestiniana, mas “todos os muçulmanos, cristãos e a humanidade”.
“A menos que a comunidade internacional castigue Israel, que está a cometer um crime contra a humanidade, com sanções, os palestinianos continuarão a ser massacrados”, disse Erdogan.
Desde o início da recente escalada da guerra entre palestinianos e israelitas, houve protestos em várias cidades da Turquia contra a ocupação de Israel da parte oriental de Jerusalém e os bombardeamentos na Faixa de Gaza.
O Papa Francisco pediu no domingo, depois da oração do Ângelus, o fim da violência que abala a Faixa de Gaza e várias cidades de Israel há uma semana e que causou centenas de mortos e feridos.
O conflito está a afetar gravemente a população civil de Gaza, onde pelo menos 197 palestinianos já perderam a vida, enquanto do lado israelita houve 10 mortes.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão abordar a crise numa reunião extraordinária convocada para terça-feira, depois de manterem conversas com os chefes da diplomacia da Turquia, Egito e Jordânia.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no domingo que os ataques vão continuar contra o Hamas e a Jihad Islâmica, que lançaram mais de 3.150 foguetes contra território israelita desde a passada segunda-feira.
De acordo com as forças de Defesa de Israel, 460 rockets falharam ou caíram dentro do enclave palestiniano e a maioria que entrou em território israelita acabou por ser intercetada pelo sistema antimíssil “Cúpula de Ferro” com uma “eficácia de 90%”.
Netanyahu afirmou que o Hamas tem de pagar um “preço muito alto pela intolerável agressão” ameaçando que a atual campanha militar “ainda vai demorar”.
Durante os últimos oito dias, em Gaza, os bombardeamentos israelitas “destruíram 76 edifícios” e 725 residências “sofreram graves danos” além de estragos “menores” em 4.134 casas, de acordo com os dados do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Escolas, estradas e outras infraestruturas também ficaram danificadas.
De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, mais de 38 mil pessoas procuram refúgios nas escolas após terem fugido das casas onde residem por temerem os ataques aéreos.
O Egito abriu neste fim de semana a passagem de Rafah que liga Gaza ao Sinai egípcio para a saída de palestinianos feridos e alguns países europeus tentam retirar civis com dupla nacionalidade que vivem no enclave.
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