Desde o início, a mensagem passada pela organização é clara: “É um convite do Papa aos jovens de todo o mundo, não apenas aos católicos.” Neste contexto, são diversos os pontos da agenda dos próximos dias em que outras igrejas cristãs e outras confissões religiosas farão parte da JMJ.
No campo da chamada “Unidade dos Cristãos”, a organização da JMJ lembra que “várias confissões religiosas partilham a mesma fé cristã”, com Jesus no centro da sua ação.
No âmbito da JMJ, serão vários os locais e eventos onde se encontrarão testemunhos desta unidade, começando pela abertura da Catedral de São Paulo, na Rua das Janelas Verdes, sede da Igreja Lusitana, que integra a Comunhão Anglicana. A comunidade anglicana de língua portuguesa acolhe visitas à igreja e ao claustro durante Jornada.
Outra comunidade anglicana, a de língua inglesa em Lisboa, a Igreja de S. Jorge, junto ao Jardim da Estrela, terá animação, oração e palestras ao longo de toda a JMJ.
Já na Basílica da Estrela, estará sediada, durante estes dias, a comunidade “Chemin Neuf” (Caminho Novo), de cariz ecuménico, fundada pelo padre jesuíta Laurent Fabre, em 1973, e que conta com cerca de 2.000 membros permanentes em 30 países.
Outra comunidade ecuménica, a de Taizé, fundada em 1940, em França, pelo Irmão Roger Schutz, terá atividades na Igreja de São Domingos, com acolhimento contínuo em torno da meditação e da liturgia monásticas.
Em paralelo, a Sociedade Bíblica de Portugal (evangélica) tem patente a exposição “eKologia”, no âmbito do Festival da Juventude, e no Estádio da Luz, membros da Aliança Evangélica Portuguesa, em conjunto com a Renovação Carismática Católica e o Patriarcado de Lisboa promovem, na noite de 04 de agosto, após a Via-Sacra presidida pelo Papa no Parque Eduardo VII, o programa “The Change 2023”.
A organização classifica este espetáculo no Estádio da Luz como “um momento (…) de comunhão, amor e salvação”, com católicos e protestantes juntos.
Porém, o diretor do departamento para relações ecuménicas e o diálogo inter-religioso do Patriarcado de Lisboa, padre Peter Stilwell, no diálogo estabelecido com as outras confissões religiosas, preparou um itinerário de visitas disponíveis aos peregrinos da JMJ, que mostra Lisboa como “um dos portos maiores e mais seguros da costa atlântica da Europa”, onde “conviveram culturas e religiões”.
Neste contexto, sete espaços estão abertos para os “conduzir pela arte e pela arquitetura à dimensão espiritual que assinalam”, explica a organização.
Estes espaços são a Igreja de Santa Maria Maior (Catedral de Lisboa), Igreja de São Domingos, Igreja de São Roque, Sinagoga Shaare Tikvah (“Portões da Esperança”), Mesquita Central de Lisboa, Centro Ismaili e Templo Radha-Krishna.
Por outro lado, serão muitos os jovens não católicos a participarem, quer como peregrinos, quer como voluntários, na JMJ.
Os anglicanos são exemplo desta participação, com a coordenadora do Secretariado Juvenil da Igreja Lusitana, Mariana Sá Couto, a revelar à agência Lusa que serão cerca de duas dezenas, portugueses, brasileiros e espanhóis.
“Vamos ficar alojados na nossa Catedral de S. Paulo, em Lisboa, na renovada ‘Casa da Hospitalidade’, a casa pastoral que foi recentemente restaurada para acolher jovens da Igreja (e não só) de agora em diante”, acrescentou, explicando que “a estadia dos jovens durante a JMJ (…) será a abertura e o lançamento desse novo espaço de acolhimento no coração da Igreja, na sua Catedral”.
Segundo Mariana Sá Couto, “além da participação dos jovens anglicanos na Jornada [Mundial da Juventude], a Igreja vai também promover alguns eventos abertos a todos os jovens da JMJ, abrindo assim as portas e contribuindo ativamente para a construção do programa desta Jornada”.
Em concreto, a Igreja Lusitana promoverá workshops nas áreas da Ecologia, da Música no Mundo Anglicano e sobre a Espiritualidade Anglicana.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmones) é outra das que vai ter jovens peregrinos e voluntários, que usarão “os alojamentos locais disponíveis no evento”, explicou à Lusa Paulo Adriano, do Departamento de Comunicação daquela igreja cristã.
Jovens desta igreja vão também marcar presença no Festival Internacional Canto pela Paz, no dia 01 de agosto. No programa deste espetáculo, a ter lugar no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, às 14:00, participarão, entre outras, as comunidades hindu, ismaelita e sunita ou a Igreja Evangélica Metodista de Lisboa.
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