O Governo espanhol pediu esta manhã “responsabilidade” aos grevistas porque, segundo o ministro responsável pelos transportes, José Luís Ábalos, “prestam um serviço público”.

Por seu lado, os taxistas solicitaram ao executivo “um novo gesto”, que lhes dê “mais certezas” sobre o futuro do setor e que possa justificar o fim da greve.

Um responsável da associação de veículos de aluguer com condutor pediu também hoje ao Governo espanhol para não ceder à “chantagem” dos taxistas, ao mesmo tempo que lamentava “a debilidade” que parece ter o executivo perante os grevistas.

Milhares de táxis passaram a sua quarta noite consecutiva estacionados nas avenidas do centro de Barcelona e várias dezenas dormiram em tendas no famoso Paseo de la Castellana de Madrid, em frente ao Ministério do Fomento [Economia].

Os taxistas de Madrid mantêm desde segunda-feira o que consideram ser os serviços mínimos, aceitando apenas transportar, e de forma gratuita, pessoas de idade, doentes, mulheres grávidas ou pessoas com mobilidade reduzida.

Outras cidades espanholas, como Valência, Málaga ou Bilbau, também estão a ser afetadas por este movimento de protesto que começou no final da semana passada e que está afetar milhares de turistas que se deslocam a Espanha nesta época de verão.

Os taxistas defendem que a gestão das licenças para os veículos com condutor, que operam principalmente através das plataformas informáticas Uber e Cabify, passem do Governo central para as comunidades autónomas e municípios que, segundo eles, são quem enfrenta os problemas de circulação, mobilidade e meio ambiente.

Pedem ainda que, assim como está estipulado, esses veículos regressem à sua base quando acabam um serviço e não circulem ou fiquem estacionados à espera de novos clientes, e ainda que não haja mais do que uma licença por cada 30 táxis, como a lei prevê.

O protesto dos taxistas começou na quinta-feira da semana passada, mas uma decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), conhecida na sexta-feira, que manteve suspenso o regulamento metropolitano que restringe a concessão daquelas licenças, levou à intensificação dos protestos nesse dia.