A ministra da Saúde e agora militante socialista Marta Temido foi aplaudida de pé no final da sua intervenção no primeiro dia do Congresso do PS, que decorre no Portimão Arena, Faro.
No final de um discurso centrado na urgência de reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o presidente socialista, Carlos César, anunciou que o seria o próprio secretário-geral e chefe do Governo do qual Marta Temido faz parte a entregar-lhe o cartão que ‘carimba’ a militância no partido.
Visivelmente satisfeita, a mais recente adição à família socialista mostrou à plateia de congressistas o cartão de militante, título que considerou ser “uma honra” e também “uma responsabilidade”.
Governante na ‘linha da frente’ do combate à pandemia, Marta Temido centrou o discurso nas lições aprendidas com a pandemia e nos desafios do SNS para o futuro.
A ministra da Saúde revelou que António Arnaut, um dos fundadores do SNS, lhe disse que “estaria atento e vigilante quanto aquilo que se fosse fazendo”.
O Serviço Nacional de Saúde “hoje permanece como um dos principais instrumentos de combate às desigualdades e que superou tantas provas difíceis”.
Mas das lições extraídas da pandemia sai um repto: “Essa responsabilidade [perante o SNS] só será verdadeiramente honrada se formos capazes de aprender com o que esta crise nos tem ensinado. Se formos capazes de fazer mais e, sobretudo, de fazer melhor”.
Investir na saúde é também investir “na educação, na habitação, nos transportes públicos, no trabalho justo, no ambiente e na sociedade digital”, prosseguiu.
“A força de trabalho em que o SNS se sustenta é mesmo a chave do seu desempenho”, sublinhou Marta Temido, destacando os 1,3 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência destinados ao investimento na saúde.
No início do seu discurso, Marta Temido deixou um agradecimento aos “aliados naturais” do SNS, as autarquias, pela proximidade com as populações na criação de “iniciativas de promoção da saúde e de prevenção da doença”.
Através de uma crítica à direita, a ministra da Saúde questionou onde estaria a resposta à crise pandémica, onde estaria a campanha de vacinação, “onde estariam, apesar de todas as dificuldades, os cuidados de saúde primários para todos, como médicos de família”, se a saúde estivesse entregue a um modelo de gestão privada e assente em seguros.
Por isso, sustentou, é “importante agarrar com as duas mãos, aproveitar inteiramente, cada uma das oportunidades de melhoria”.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, também discursou no 23.º Congresso, com críticas à direita “ressentida e sem memória” que “não se convence que o mercado sozinho não funciona” e tem “um mantra contra a administração pública”.
A governante defendeu que mesmo em pandemia “o governo do PS conseguiu mobilizar o país” e destacou, na sua área governativa, que em julho foi atingido “o maior número de sempre de trabalhadores declarados à Segurança Social”.
Comentários