“Não encontrámos qualquer correlação entre o aumento da percentagem de estrangeiros num distrito e a taxa de criminalidade local. O mesmo se aplica ao aumento de requerentes de asilo”, avançou o investigador do Ifo Jean-Victor Alipour, em comunicado.

Associações que disponibilizam apoio a migrantes:

JRS Portugal — O gabinete jurídico "tem como objetivo assessorar juridicamente os utentes no seu processo de regularização, bem como emitir pareceres e orientações técnicas internas em matérias de Lei de Estrangeiros, Lei de Asilo e legislação acessória". Saiba mais aqui.

Renovar a Mouraria — Centrada na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, esta associação ajuda com os processos de regularização de quem "vive, trabalha, estuda ou tem filhos que estudam" naquela zona. Conheça o projeto aqui.

Lisbon Project — Este projeto tem como objetivo "construir uma comunidade que integra e capacita migrantes e refugiados". Nesse sentido, tem também disponível um gabinete de apoio jurídico. Fique a par de tudo aqui.

Mundo Feliz — Esta associação ajuda os imigrantes no processo de regularização em Portugal e também na procura de emprego, entre outros serviços. Saiba mais aqui.

Linha de Apoio ao Migrante — Esta linha "tem como principal objetivo responder de forma imediata às questões mais frequentes dos migrantes, disponibilizando telefonicamente toda a informação disponível na área das migrações e encaminhando as chamadas para os serviços competentes". Contactos: 808 257 257 / 218 106 191. Mais informações aqui.

“Os resultados confirmam inquéritos internacionais segundo os quais a imigração e o asilo não têm uma influência sistemática na criminalidade do país de acolhimento”, acrescentou.

O facto de a presença de estrangeiros nas estatísticas criminais ser superior à percentagem da população que representam deve-se a outros fatores, que são independentes da origem.

Por exemplo, os estrangeiros vivem geralmente em áreas densamente povoadas, onde a taxa de criminalidade é mais elevada, mesmo entre a população nativa. Por outro lado, o facto de muitos estrangeiros serem homens jovens também desempenha um papel, embora menos importante, de acordo com o estudo.

“Se estes fatores forem tidos em conta, a proporção de estrangeiros e a taxa de criminalidade não têm qualquer correlação. A suposição de que os estrangeiros ou requerentes de asilo são mais propensos ao crime do que a população nativa comparável não é sustentável”, reiterou outro investigador do Ifo, Joop Adema.

De acordo com o estudo, não existe relação entre a percentagem de pessoas nascidas no estrangeiro envolvidas em crimes particularmente graves, como homicídio e violação.

A prevenção da criminalidade entre estrangeiros pode ser melhorada principalmente através de uma melhor integração no mercado de trabalho, defendem os investigadores.

Segundo sugere o Ifo no estudo, a prevenção pode passar por medidas como a simplificação do reconhecimento das qualificações profissionais estrangeiras e a distribuição dos requerentes de asilo tendo em conta a procura regional de mão-de-obra.

“Desta forma, os migrantes teriam uma hipótese mais rápida de ganhar dinheiro legalmente, o que ajudaria a prevenir o crime. Além disso, as necessidades de mão-de-obra poderiam ser satisfeitas em tempo útil”, afirmou Alipour.

Uma suposta correlação entre a percentagem de estrangeiros e a criminalidade é uma das bandeiras do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido com o segundo maior número de intenções de voto nas sondagens para as eleições de 23 de fevereiro.

O Instituto Ifo é um dos mais importantes institutos de estudos económicos da Alemanha e é geralmente considerado próximo das chamadas posições neoliberais.