“À luz dos recentes incidentes com Corões queimados na Europa, o Governo norte-americano alerta os seus cidadãos para possíveis atentados terroristas visando os seus lugares de culto na Turquia como retaliação”, indicou a embaixada dos Estados Unidos em Ancara.
“Os terroristas poderão atacar sem aviso e ter como alvo lugares de culto frequentados pelos ocidentais”, considerou.
A representação diplomática norte-americana na capital turca recomenda que os seus cidadãos fiquem “alerta, evitem multidões e mantenham a discrição”.
Simultaneamente, a embaixada francesa em Ancara enviou uma mensagem de correio eletrónico semelhante aos seus cidadãos na Turquia, referindo-se ao alerta emitido pelos Estados Unidos.
“Como o risco de atentado terrorista na Turquia continua elevado, como recordou o alerta de segurança emitido pela embaixada dos Estados Unidos a 27 de janeiro de 2023, os franceses residentes ou de passagem pela Turquia são exortados a manter vigilância máxima, especialmente em locais de reunião frequentados por cidadãos estrangeiros, incluindo os lugares de culto”, indicou.
Este comunicado irá também ser divulgado ‘online’ hoje à noite na página da internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês e na da embaixada de França em Ancara, precisou um diplomata, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Realizaram-se na semana passada várias manifestações em Estocolmo e na sexta-feira em Copenhaga, durante as quais exemplares do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, foram queimados por extremistas que pretendiam assim protestar contra o veto da Turquia à entrada da Suécia na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
Ancara está a bloquear desde maio o alargamento da Aliança Atlântica àquele país, bem como à Finlândia, exigindo que Estocolmo extradite refugiados curdos que o Governo de Recep Tayyip Erdogan considera “terroristas”.
Tais incidentes foram denunciados e condenados pelos Governos em causa e pelas capitais ocidentais, incluindo Washington.
Mas Erdogan avisou que a Suécia já não contará com o “apoio” da Turquia para aderir à NATO e que as negociações estão oficialmente suspensas (uma vez que é necessária unanimidade de todos os Estados-membros da organização para aprovar a entrada de novos membros).
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