Elizabeth Warren, senadora pelo Massachusetts vai desistir de disputa democrata à Casa Branca. A candidata democrata à Casa Branca chegou a liderar as sondagens de intenção de voto, mas vai abandonar a disputa pela indicação do partido após os resultados negativos em vários estados.

"Hoje, suspenderei a nossa campanha para presidente", disse a senadora progressista de 70 anos, ao comunicar a decisão à equipa, após os resultados dececionantes das primárias democratas.

"Posso não estar na corrida para a Presidência em 2020, mas essa luta, a nossa luta, não acabou", afirmou. "E o nosso lugar nessa luta não acabou".

Com a sua saída, as primárias democrata serão um duelo entre Bernie Sanders, senador de Vermont de 78 anos com ideias próximas às de Warren, mas ainda mais radicais, e o moderado ex-vice-presidente Joe Biden, de 77 anos, vencedor de 10 dos 14 estados na disputa eleitoral da "Super Terça-Feira".

Última mulher entre os principais potenciais adversários de Donald Trump em novembro, Warren chegou a liderar algumas sondagens no ano passado, mas nunca conseguiu formar uma coligação ampla de apoio que se traduzisse em êxito nas urnas. Warren não venceu nem uma das quase vinte primárias democratas realizadas até esta data e sofreu derrotas particularmente humilhantes em Massachusetts, estado que representa no Senado, e em Oklahoma, onde foi criada.

Fiel ao seu estilo, Trump opinou sobre a saída de Warren com uma mensagem ironizando-a e Michael Bloomberg — principal alvo de ataques da senadora nos recentes debates da televisão.

"Elizabeth 'Pocahontas' Warren, que não ia a lugar nenhum, exceto contra Mini Mike, acabou de sair das Primárias Democratas... TRÊS DIAS TARDE DEMAIS", escreveu o presidente norte-americano.

"Ela tirou do Bernie, o Louco, pelo menos, Massachusetts, Minnesota e Texas", disse o presidente sobre os estados disputados na na passada terã-feira. "Provavelmente, tirou a indicação (de Sanders)! Ele ficou em terceiro lugar no Massachusetts", acrescentou.

Segundo o 'Times', Warren não pretende anunciar o apoio a nenhum dos dois principais candidatos.

Sanders disse ontem à imprensa que conversou com Warren.

A outra mulher na corrida pela indicação democrata é a representante pelo Havaw Tulsi Gabbard, de 38 anos, em último lugar e sem qualquer chance de descolar.

A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo ‘New York Times’, que lembra que apesar do entusiasmo inicial, a Super Terça-feira revelou-se fatal para a senadora, a quarta a desistir da corrida nos últimos dias.

O primeiro a sair foi Pete Buttigieg, do centro, que abandonou a campanha no passado domingo, para apoiar Joe Biden. Um dia depois, foi a vez de Amy Klobuchar, senadora do Minnesota, anunciar a desistência, também a favor de Biden. Já na quarta-feira, após o descalabro da Super-Terça, foi o multimilionário Michael Bloomberg a terminar a campanha — e a declarar o apoio ao ex-vice de Obama, Joe Biden.

Neste momento, depois das várias desistências, restam apenas três candidatos na corrida do Partido Democrata pela nomeação às presidenciais: Joe Biden, Bernie Sanders e Tulsi Gabbard.

Todavia, apenas Biden e Sanders têm hipóteses realistas de ser nomeados, pelo que a corrida se tornou numa disputa de dois homens. Biden é o preferido do eleitorado mais ao centro, bem como da liderança do partido. Já Sanders representa a ala progressista, mais à esquerda.