A informação surge pela voz de Bernard Barbier, ex-diretor técnico da Direção Geral de Segurança Exterior (DGSE) de França.
Até agora só existiam suspeitas sobre o envolvimento dos Estados Unidos na invasão de computadores de colaboradores do ex-presidente Nicolas Sarkozy, em 2012. A confirmação que o Le Monde noticia surgiu de forma inusitada. Barbier contou este caso a estudantes de engenharia numa palesta em junho, mas a revelação passou despercebida, apesar da conferência estar disponível quase na íntegra no YouTube.
"Descobrimos um 'malware' - um software malicioso - que tinha a mesma assinatura de um outro que identificámos num ataque contra a Comunidade Europeia em 2010", contou à data Bernard Barbier, escreve a AFP, que dá também conta do sucedido.
"Apenas os Estados Unidos ou a Rússia poderiam ter realizado esta primeira operação. Em 2012 tínhamos mais meios para trabalhar nos metadados. Concluí que só podia vir dos Estados Unidos", acrescentou.
Durante esta conferência, citada pelo Le Monde, Barbier explica que recebeu "ordens do sucessor de Sarkozy (François Hollande) para ir aos Estados Unidos repreendê-los. Fui a 12 de abril de 2013. Foi um grande momento na minha carreira”, confessou.
"Estávamos certos de que foram eles. No fim da reunião, Keith Alexander (ex-chefe da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) não estava feliz", prosseguiu.
Depois, mostrou-se "dececionado porque achou que jamais os detetaríamos. E acrescentou: 'são bons'", disse Barbier, diretor-técnico da DGSE entre 2006 e 2014.
Segundo documentos obtidos pelo WikiLeaks e divulgados em 2015 pela imprensa francesa, os três últimos presidentes franceses, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande, foram espiados pelos Estados Unidos entre 2006 e 2012.
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