“Nós não ficaremos imóveis perante o desmoronamento da Venezuela”, disse a Casa Branca num comunicado que anunciava as sanções.

A Venezuela está mergulhada numa profunda crise económica, política e institucional.

O Presidente, Nicolás Maduro, muito impopular, segundo as sondagens, é confrontado desde há quatro meses com manifestações da oposição que exige a sua demissão.

Rico em recursos petrolíferos, mas pobre em liquidez, o país cuja dívida é estimada em mais de 100 mil milhões de dólares teme entrar em incumprimento financeiro.

“Estas medidas foram cuidadosamente calibradas para privar a ditadura Maduro de uma fonte essencial de financiamento”, acrescentou a Presidência norte-americana.

“Os Estados Unidos reiteram o seu apelo à Venezuela para restaurar a democracia, organizar eleições livres e justas, libertar imediata e incondicionalmente todos os presos políticos e pôr fim à repressão do povo venezuelano”, acrescentou o executivo dos Estados Unidos.

Em junho, o banco de negócios Goldman Sachs foi condenado pela oposição venezuelana por ter comprado obrigações emitidas pela empresa petrolífera estatal venezuelana (PDVSA), dando um balão de oxigénio ao Governo Maduro.

“Nós investimos em obrigações da PDVSA porque, como muitos no setor da gestão de ativos, consideramos que a situação no país vai melhorar entretanto”, explicou o Goldman Sachs na altura.

Washington e Caracas, que já não têm embaixadores nos países um do outro desde 2010, mas cujas relações tinham melhorado um pouco no final do mandato do Presidente norte-americano, Barack Obama, conservam relações económicas e comerciais estreitas, acima de tudo na indústria petrolífera.

Fonte da Casa Branca, porém, diz que não haverá ação militar dos Estados Unidos na Venezuela num futuro próximo.

"A pior das agressões"

As novas sanções americanas contra a Venezuela são a "pior das agressões" contra seu povo, denunciou nesta sexta-feira na ONU o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, que questionou se o objetivo dos Estados Unidos era o de criar uma "crise humanitária" naquele país sul-americano.

"Esta é a pior das agressões e não a compreendemos", afirmou o chanceler à imprensa depois da reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"A Venezuela é uma democracia e vamo-nos defender", sublinhou Arreaza.