“Não é tanto transmitir a candidatura, mas é para que as pessoas assumam a candidatura como sua e possam dar um contributo seu, individual ou coletivo”, explicou hoje o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.
O autarca alentejano falava aos jornalistas no final de uma sessão de apresentação pública do dossiê de candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027, realizada junto ao mercado municipal da cidade.
Na sessão, foi anunciado o arranque de um programa, denominado “À mesa com”, que prevê que a equipa de missão aceite convites para visitar associações, escolas e até casas particulares para apresentar o conceito da candidatura.
“Queremos chegar ao cidadão comum e que o cidadão comum sinta a candidatura como sua e possa dar o seu contributo”, pois no Alentejo “o saber fazer” surge da “experiência própria de cada um”, sublinhou o presidente do município.
Segundo o autarca, a equipa de missão já está disponível para receber convites para iniciar este programa.
Realçando que a sessão de hoje foi “a primeira” aberta ao público, Pinto de Sá lembrou que a programação inicial da candidatura, que previa visitas a “escolas, associações e bairros”, foi alterada, devido à covid-19.
“Agora, esperando que a pandemia nos dê tréguas, queremos fazer o que já queríamos ter feito anteriormente, que é pôr na rua a candidatura e, sobretudo, que as pessoas assumam a candidatura e a vejam como sua”, insistiu.
Para o presidente da câmara municipal, o conceito da candidatura de Évora a CEC 2027, que tem como mote a palavra “vagar”, está a ser “muito bem recebido e as pessoas identificam-se”.
“O vagar não é no sentido que muitas vezes é atribuído aos alentejanos da preguiça ou da lentidão, mas é um conceito que pretende transformar, a partir da identidade cultural, a sociedade”, disse.
A mudança pretendida, salientou Pinto de Sá, passa por as pessoas voltarem a “ter tempo para pensar, conviver com outras, passear e poderem em conjunto refletir sobre o que é possível fazer para transformar a sociedade”.
Também em declarações aos jornalistas, a coordenadora da equipa de Missão Évora 2027, Paula Mota Garcia, mostrou-se surpreendida com a forma como as pessoas se sentem “tocadas com a candidatura”.
“Com alguns receios que tínhamos, apesar de estarmos seguros”, pois “esta candidatura surge de um processo de auscultação e do recolhimento de muitas vozes do território, estávamos com uma expectativa grande e tem sido muito surpreendente”, afirmou.
A candidatura de Évora “é muito honesta” e “traduz o ser e o estar e também uma vontade deste território de ter uma voz a nível nacional e mundial, porque é um território de vanguarda, pelas suas práticas e pela sua forma de ser e estar”, vincou.
A ‘shortlist’ (ou lista restrita) das cidades candidatas a CEC 2027 vai ser anunciada no dia 11 de março deste ano.
Quanto à decisão final do júri, composto por 12 elementos, dois deles portugueses, será conhecida em dezembro de 2022 ou janeiro de 2023, segundo a equipa de missão.
Além do município, que lidera a candidatura, a comissão executiva integra outras entidades e organismos, como a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Universidade de Évora, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central ou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.
A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, a Fundação Eugénio de Almeida e a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo também fazem parte da comissão executiva.
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