A Câmara Federal de Cassação condenou Juan Ameri a um mês de prisão em suspensão pelo episódio ocorrido durante um debate virtual da Câmara dos Deputados, perante as restrições sanitárias aplicadas durante a pandemia de covid-19 na Argentina.

Na decisão, a Justiça argentina considerou "evidente que [ele] sabia que a conduta poderia ser advertida pelos representantes do povo, assim como também por aquelas pessoas que estavam a ver a transmissão ao vivo do debate".

"Estou mal, muito mal. Achei que a ‘internet’ tivesse caído. A minha companheira veio mostrar-me como ficaram as suas próteses mamárias. E dei um beijo no seu seio, foi só isso", explicou Ameri quando o tribunal lhe repreendeu por seus atos.

O caso desencadeou um escândalo que levou à sua renúncia da Câmara Baixa, na qual atuava como deputado pela província de Salta (nordeste) do partido Frente de Todos (centro-esquerda). O vídeo tornou-se viral nas redes sociais, onde foi o assunto durante meses.

"Os media destruiram-me e paguei com a minha saúde. Devo ter pensado numa centena de maneiras diferentes de cometer suicídio", declarou Ameri ao jornal La Nación.

O ex-deputado se dedica à venda de produtos avícolas e vive modestamente com a família, afastado da atividade partidária.

"Sou inocente e no máximo sou culpado por não estar atento durante o meu horário de trabalho", considerou.

Ameri, que descartou concorrer novamente a cargos eletivos, alertou que recorrerá da condenação "na Suprema Corte e na Corte Interamericana de Direitos Humanos".