O ativista é considerado o preso que detém o recorde em prisão solitária, tendo permanecido 30 anos nesse regime.

Albert Woodfox foi condenado em conjunto com outros dois homens, Robert King e Herman Wallace, pelo assassinato, em 1972, de um guarda da prisão de Angola, uma penitenciária no Louisiana. Os três eram membros da organização Panteras Negras, um movimento radical contra a repressão e os abusos cometidos por polícias contra cidadãos afro-americanos.

Alfred Woodfox sempre negou o homicídio e foi condenado sem provas materiais, com o depoimento de três outros detidos. Após passar cerca de 30 anos na solitária, Robert King, outro dos condenados, viu a sua condenação cancelada.

Em junho do ano passado, o juiz federal James Brady havia ordenado que Woodfox fosse libertado imediatamente e vetou um novo julgamento pelas acusações de ter assassinado o guarda prisional Brent Miller. O Estado da Louisiana, no entanto, recorreu e o ativista continuou preso, tendo sido somente libertado agora.

"Apesar de estarmos muito felizes porque, finalmente, Albert Woodfox foi libertado, é injustificável que as suas condições de detenção, década após década, se tenham endurecido, durante um período mais longo do que o de qualquer outro preso na história dos Estados Unidos", declarou o seu advogado George Kendall.

O destino de Woodfox, King e Wallace - apelidados de "os três de Angola" - provocou a mobilização de ONGs de defesa dos direitos humanos, sobretudo, da Amnistia Internacional. Cerca de 100.000 presos americanos estão, atualmente, fechados 23 horas por dia numa cela minúscula, privados de praticamente qualquer contato humano. O presidente Barack Obama já se pronunciou em diferentes ocasiões a favor de se limitar as medidas de isolamento nas prisões do país. 

Notícia atualizada às 16h45