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Segundo a reportagem, Ahn deslocou-se até à estação de Imjingang, o ponto mais próximo da Coreia do Norte acessível pela linha de metro de Seul. Enfraquecido por problemas de saúde, conseguiu percorrer apenas os últimos 200 metros a pé, apoiado por voluntários, até chegar à Ponte da Unificação, um dos poucos corredores que ligam os dois lados da península.
De bandeira norte-coreana na mão, dirigiu-se aos jornalistas e ativistas presentes: “Quero que o meu corpo descanse numa terra verdadeiramente independente, livre do imperialismo”, afirmou.
Ahn foi capturado em 1953, três meses antes da assinatura do armistício, enquanto combatia como oficial de ligação no Exército Popular da Coreia do Norte. Condenado a prisão perpétua, passou mais de 42 anos encarcerado no Sul, até ser libertado em 1995 por um perdão especial.
Durante a sua vida no Sul, enfrentou discriminação e vigilância constante, mantendo sempre a fidelidade à ideologia do regime de Pyongyang. Recusou assinar documentos de “conversão” que implicariam renunciar ao Norte, relatando à BBC que essa recusa lhe custou anos de tortura e humilhação.
Apesar de ter tido oportunidade de regressar em 2000, recusou fazê-lo por considerar que seria “ceder aos americanos”, uma vez que via a presença militar dos EUA como obstáculo à reunificação. Até hoje, Ahn continua a culpar Washington pela divisão da península e defende que a Coreia do Norte é um Estado soberano injustamente retratado pelos meios internacionais.
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