Em entrevista à Lusa, a propósito do lançamento, hoje, do seu livro “Uma Década de África”, Fátima Roque, uma das figuras mais influentes da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA) na liderança de Jonas Savimbi, afirma acreditar no trabalho que está a ser feito por João Lourenço, Presidente da República e desde 2018 líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
“Acredito que a liderança de João Lourenço vai, de facto – não tão rapidamente como nós gostaríamos, porque Roma e Pavia não se fizeram num dia -, mudar muita coisa em Angola”, disse.
Fátima Roque é autora do livro editado pela Leya, no qual fala do seu país e que crítica as lideranças africanas. Contudo, Angola é um exemplo entre os poucos países que estão no “bom caminho” em África.
Defende que João Lourenço “sabe o quer, sabe como fazer, e só ainda não tem os meios, porque encontrou, infelizmente, os cofres vazios”.
“Talvez precise também de mais capital humano. Mas ele vai mudar Angola”, afirmou Fátima Roque, que chegou a ser considerada ‘ministra’ das Finanças da UNITA, antes da morte, em 2002, de Jonas Savimbi, líder histórico do movimento do ‘galo negro’.
Referindo-se ainda ao atual Presidente angolano, que sucedeu a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos, a economista diz que é necessário dar tempo para o seu exercício: “Deem-lhe tempo. Talvez não numa legislatura, em duas, deem-lhe tempo. Mas João Lourenço vai mudar Angola”.
Posição contrária assume face à atual oposição em Angola, que continua a ter na UNITA o principal partido. Fátima Roque fala mesmo numa oposição que atualmente é “muito fraca”. “Muito fraco mesmo, fraquíssimo”, acrescenta, referindo-se ao papel que a UNITA tem assumido na oposição.
Igualmente a propósito do livro que lança hoje, a economista aponta outros exemplos de países que estão “no bom caminho”, além de Angola, como a África do Sul e o Senegal.
“A Nigéria é um desastre e é uma pena, porque é a maior economia de África”, comenta. Cabo Verde, ao contrário, diz, é um “sucesso”, enquanto a Guiné-Bissau é “um país falhado, completamente”, tal como São Tomé e Príncipe.
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