Na sexta-feira, pelas 10:00, é celebrada missa de corpo presente seguindo-se o funeral para o cemitério da Ajuda, em Lisboa.

O cantor Artur Garcia, que protagonizou vários êxitos como "Porta Secreta" e "Casaca Azul e Oiro", morreu na quarta-feira, na véspera de completar 84 anos, na Aldeia de Juzo, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considerou hoje Artur Garcia como um "intérprete prolífico e figura de destaque da música ligeira portuguesa".

Na nota de pesar, hoje emitida, Graça Fonseca sintetiza uma carreira de 60 anos "cheia de êxitos" e afirma que Artur Garcia "era dono de uma voz poderosa e límpida, que colocava uma clareza e uma intensidade muito próprias nas palavras cantadas e lhe valeu, entre outras distinções, os primeiros lugares em Festivais da Canção de grande prestígio como o da Figueira da Foz e o de Aranda do Douro".

Artur Garcia, refere a ministra, “fez parte de uma geração de intérpretes que se estrearam profissionalmente sob a égide do Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional, uma autêntica escola de cantores, central na história da música ligeira portuguesa".

O artista foi “um dos mais reconhecidos cançonetistas/atores da sua geração”, que alcançou particular sucesso na década de 1960, como destaca a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX.

“O seu estilo interpretativo insere-se nos moldes da música ligeira da época, privilegiando a clareza da enunciação do texto”, lê-se na enciclopédia, dirigida pela musicóloga Salwa Castel-Branco.

O cantor estreou-se em disco, aos 23 anos, em 1960, na Rádio Triunfo, com um EP de originais, que o levou, pouco depois, para as edições Valentim de Carvalho, onde gravou também versões portuguesas de êxitos internacionais da época.