Segundo a Plural Editores, que organiza a iniciativa, participaram cerca de 2.500 cibernautas e, à palavra “exoneração”, seguiu-se “mudança”, que obteve 21% dos votos, e “divisas”, em terceiro lugar, palavra que alcançou 18% das intenções de voto.
A eleição da Palavra do Ano em Angola teve início, em dezembro, dois meses após a tomada de posse do Presidente da República, João Lourenço, que empreendeu, desde então, a mudança de chefias militares, ordenou a exoneração de titulares de cargos públicos em organismos do Estado, na Polícia e na administração de empresas estatais, em áreas que vão dos diamantes, aos petróleos, da comunicação social à banca, abarcando os responsáveis do Banco Nacional de Angola, das televisões e da Sonangol.
“Mudança”, a palavra classificada em segundo lugar, a sua escolha é também justificada pela política angolana, onde tem havido várias mudanças desde o ato eleitoral, que levou João Lourenço, de 63 anos, à presidência da República, sucedendo a José Eduardo dos Santos, de 75 anos, no cargo que ocupou durante 40 anos, desde a morte do primeiro Chefe de Estado após a independência, Agostinho Neto (1922-1979).
“Divisas”, termo que fecha o pódio, foi escolhido devido à “conjuntura de crise económica, que levou a uma quebra na entrada de divisas no país, o que causou limitações no acesso a moeda estrangeira e dificultou as importações”, segundo a Plural Editores.
Da lista de dez palavras colocada à votação, em quarto lugar ficou “eleições”, com 07% dos votos, seguindo-se “professor” (04%), e “micha” (03%), um “termo informal muito utilizado para ‘facilitar’ alguns negócios, quando a ‘micha’ é oferecida a alguém, em troca de um favor ou benefício”.
No sétimo posto das preferências dos angolanos, com 02%, ficaram os vocábulos “candongueiro”, “barragem” e “kaluanda”, “termo que se tornou comum e é usado para designar algo ou alguém que é originário de Luanda”, segundo a mesma fonte.
“Candongueiro” é o nome dado ao meio de transporte mais utilizado em Angola, “o popular veículo de passageiros, geralmente pintado de branco e azul”, e a escolha de “barragem” deveu-se à inauguração, em agosto do ano passado, da barragem hidroelétrica de Laúca, na província de Malanje, “considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, tida como a segunda maior barragem de África”.
No último lugar, com um por cento, ficou o termo “maka”, palavra frequentemente usada em expressões como “não há maka” ou “não tem maka”, para “descrever situações de fácil resolução”.
“Maka” significa conflito ou discórdia, é uma palavra que tem origem no kimbundu, dialeto falado em várias partes de Angola, nomeadamente no noroeste, que inclui a capital.
Em 2016, quando se realizou a escolha da “Palavra do Ano” pela primeira vez em Angola, a eleita foi “crise”, tendo mobilizado 31% dos votos.
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