Durante cerca de quatro meses, mais de nove milhões de pessoas visitaram a Expo’98 e, só no último dia, estiveram na exposição 200 mil pessoas, num evento que foi considerado um sucesso por todos.
Tendo como mascote o boneco Gil - batizado em homenagem ao navegador Gil Eanes -, a Expo ofereceu programas culturais, exibições de rua durante todo o dia, vulcões de água, um teleférico e o espetáculo de luzes e fogo de artifício Aquamatrix à noite.
Estiveram representados na Exposição 146 países e 14 organizações internacionais, tendo cada um o seu pavilhão, onde dava a conhecer a sua história, cultura e gastronomia.
A exposição foi visitada por 38 chefes de Estado e acreditou 6.312 jornalistas estrangeiros e 5.204 portugueses.
Só no dia da inauguração passaram pela Expo’98 mais de 3.000 convidados, entre os quais o príncipe Aga Khan, os Presidentes do Brasil, Alemanha, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau, os primeiros-ministros da Namíbia, Costa do Marfim e Angola, o príncipe herdeiro de Marrocos e o presidente da Comissão Europeia. Também o rei Juan Carlos e a rainha Sofia marcaram presença.
Jorge Sampaio, como Presidente da República, e António Guterres, como primeiro-ministro, estiveram lá 20 vezes.
No recinto foram erguidos pavilhões temáticos como o do Futuro (atual Casino de Lisboa), o da Realidade Virtual, o da Utopia (Altice Arena, ex-Pavilhão Atlântico), o do Conhecimento dos Mares (Oceanário), o do Território, o da Água (transferido para o Parque da Cidade do Porto) e o de Portugal, um dos ex-líbris da Exposição Mundial, conhecido pela sua pala, desenhado por Siza Vieira e que, 20 anos depois, está em vias de ser utilizado pela Universidade de Lisboa.
Com a Expo, foi também criada uma marina, a linha Vermelha do Metro de Lisboa para transportar os visitantes e a gare do Oriente, assinada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava.
Quando Portugal ganhou a candidatura para a realização da Expo’98, “ganhou” também a tarefa de reabilitar uma faixa de cinco quilómetros da zona ribeirinha oriental da cidade de Lisboa, incluindo uma parcela do concelho de Loures, mas onde coexistiam uma refinaria, tanques de armazenamento de petróleo, um matadouro, um depósito de restos de materiais das guerras de África e uma lixeira.
Quando a Expo’98 fechou portas, em 30 de setembro de 1998, iniciaram-se os trabalhos de urbanização do atual Parque das Nações, que tinha de estar completo até 2010, com espaços empresariais, de lazer e de habitação, aproveitando as estruturas da exposição para serem adaptadas à vida no novo espaço urbano.
Vinte anos depois, o Parque das Nações é uma ‘cidade dentro da cidade’, uma das zonas mais cosmopolita e caras de Lisboa e a mais nova freguesia da capital, com mais de 15 mil residentes.
A criação daquela freguesia, em 2012, esteve envolta em polémica, uma vez que o Parque das Nações estava dividido em dois concelhos (Loures e Lisboa) e todo o território passou para o concelho de Lisboa, em prejuízo do de Loures.
Feitas as contas, as autoridades portuguesas, arquitetos, urbanistas, engenheiros e todos os envolvidos na criação daquela ‘cidade’ conseguiram assim cumprir o objetivo de não deixar que acontecesse em Portugal o que aconteceu em Sevilha (Espanha) quando acabou a Expo’92 - o abandono do território.
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