“O nosso amigo Geert Wilders acaba de vencer as eleições nos Países Baixos. É o último sinal: a seguir será Portugal!”, escreveu André Ventura na rede social X (antigo Twitter), na quarta-feira à noite, numa publicação acompanhada de uma fotografia dos líderes do Chega e do PVV.

Um pouco por toda a Europa a extrema-direita celebrou o resultado surpreendente do PVV, e do seu líder, Geert Wilders.

A antiga presidente do partido francês de extrema-direita, União Nacional, Marine Le Pen, felicitou o partido neerlandês e o seu líder “pelo desempenho espetacular nas eleições parlamentares, que confirma o crescente apego à defesa das identidades nacionais”.

“Porque há pessoas que se recusam a ver a tocha nacional apagada, a esperança de mudança ainda está viva na Europa”, escreveu Le Pen na rede social X.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, do partido Fidesz, fez uma referência à música “Winds of Change” (Ventos de Mudança) da banda de rock alemã Scorpions, associada à queda da União Soviética, para dizer que “os ventos da mudança chegaram”.

O ministro italiano das Infraestruturas e dos Transportes, Matteo Salvini, partilhou uma imagem com o “amigo Wilders”, um “aliado histórico da Liga” do Norte, o partido de Salvini, e deu-lhe os parabéns por “esta extraordinária vitória eleitoral”. “Uma nova Europa é possível”, acrescentou.

De Espanha, o presidente do Vox, Santiago Abascal, aproveitou a oportunidade para afirmar que “cada vez mais europeus exigem nas ruas e nas urnas que as suas nações, as suas fronteiras e os seus direitos sejam defendidos”.

O partido liderado por Geert Wilders, de ideologia de extrema-direita e contra a imigração, deverá duplicar o número de deputados e vencer a coligação formada pelo Partido Trabalhista e pelos Verdes.

“Somos o partido mais votado na Holanda e posso garantir que os eleitores falaram”, disse Wilders, que garantiu que os neerlandeses “estarão mais uma vez em primeiro lugar”.

A Câmara dos Representantes é composta por 150 deputados, o que significa que o PVV tem de obter o apoio de vários partidos para atingir os 76 deputados que lhe garantam a possibilidade de suceder a Mark Rutte na chefia do Governo.

Os holandeses votaram na quarta-feira em eleições legislativas antecipadas, convocadas depois de o primeiro-ministro ter anunciado a dissolução do Governo no verão passado, devido a disputas internas sobre migração.