À saída da reunião com a equipa liderada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a dirigente sindical adiantou que foi apresentada uma convocatória com uma ordem de trabalhos, tendo ficado “o compromisso de que as formalidades e a correção na mesa negocial, em termos de negociação coletiva, se vão cumprir”.
Referiu também que a federação teve a oportunidade de apresentar as suas principais propostas, entre as quais a questão da grelha salarial, que defende ser “muito importante atualizar, assim como outras medidas que têm a ver com condições de trabalho”.
“Apresentámos todas as nossas propostas e há o compromisso do outro lado de, em cerca de um mês, pelo menos até 27 de maio nos voltarmos a sentar à mesa para firmarmos um protocolo negocial. Esperemos que assim seja, temos essa expectativa, os médicos têm essa expectativa”, declarou a líder sindical.
Defendeu, por outro lado, que “o Serviço Nacional de Saúde não pode esperar mais”, precisa ter mais médicos, sendo por isso necessário um “esforço de ambas as partes” para garantir mais médicos no SNS.
Questionada se houve abertura por parte da tutela em relação a um aumento salarial de 30%, Joana Bordalo e Sá disse que, pelo menos, houve abertura para ouvirem as propostas.
Mas, ressalvou, não se trata apenas de uma questão de grelha salarial: “É necessário compensar os médicos pela perda do poder de compra na última década, mas não é só isso”.
A líder sindical apontou a questão das condições de trabalho, o regresso às 35 horas de trabalho semanas, a integração dos médicos internos, que são um terço da força de trabalho médico no SNS, na carreira, o que não tem qualquer tipo de impacto orçamental.
Destacou também as questões relacionadas como os médicos de família, de saúde pública e hospitalares.
“Houve este compromisso por parte do Ministério da Saúde há este compromisso também da nossa parte e esperemos chegar a bom porto, sendo que é certo e sabido que a Federação Nacional dos Médicos não estará nunca em condições de aceitar perda de direitos”, frisou.
A líder da Fnam frisou que para haver médicos no SNS, os seus direitos têm que estar assegurados, com melhores condições e humanização no trabalho.
“Isto só se faz através de uma negociação que seja séria, que seja competente e que cumpra as regras da negociação”, disse, desejando que “corra de forma séria, de forma transparente, sem jogos de bastidores, e que não dure os 19 meses”.
Antes de entrar na reunião, Joana Bordalo e Sá afirmou que a Fnam vem para a mesa negocial “com boa-fé, com soluções das diversas matérias” para melhorar as conduções de trabalho dos médicos, que continuam a ser dos “mais mal pagos a nível europeu”.
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