Em comunicado, a Rede 8 de Março explica que, após a marcha de mulheres contra Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, a 21 de janeiro, as várias organizações e coletivos que apoiaram a iniciatriva em Lisboa juntaram esforços e desse trabalho resulta esta rede.
A designada Marcha das Mulheres foi um protesto realizado em mais de 60 países e que se juntou à marcha de Washington, capital dos Estados Unidos da América (EUA), um dia depois do controverso multimilionário Donald Trump ter prestado juramento como 45.º Presidente dos Estados Unidos, e juntou milhares de pessoas um pouco por todo o mundo.
“Na Rede 8 de Março decidimos contrariar o conformismo e o isolamento e festejar a luta feminista. Queremos deixar de ser o resultado de uma educação machista, racista e competitiva. Para isso juntamos lutas comuns, afirmamos a solidariedade e agimos em conjunto para ampliar o campo do possível, tomando o futuro nas nossas mãos”, lê-se no comunicado.
E é nesse sentido que a Rede vai organizar três ações, a primeira das quais uma ação de solidariedade internacional, marcada para o dia 08 de março, com uma paralisação internacional de mulheres, cuja concentração está marcada para as 17:30, no Rossio, em Lisboa, ao mesmo tempo que em mais de 30 países
O mesmo é dizer que, a reboque dos milhões de pessoas que aderiram à Marcha Global antiTrump, a Rede 8 de Março, juntamente com organizações de mais de 30 países, apela a que as mulheres façam greve nesse dia e saiam à rua.
Depois dessa iniciativa, têm outras duas pensadas para o dia 11, entre uma marcha e uma festa transfeminista. A primeira, a marcha “Constroem muros, aprendemos a voar”, está marcada para as 15:00 e o percurso será entre a Praça Luís de Camões e o Largo do Intendente Pina Manique. Posteriormente, às 22:00, vai haver a festa “Existo, logo RESISTO”, também no Intendente.
No manifesto que acompanha o comunicado, a organização explica quais são as suas lutas, desde logo “festejar o direito ao aborto gratuito e em saúde”, quando se comemoram 10 anos da sua despenalização, ou o combate às desigualdades salariais entre homens e mulheres ou a precariedade laboral, especialmente entre as mulheres migrantes.
Por outro lado, lutam pela visibilidade da “mulher preta portuguesa”, bem como pelo reconhecimento da sua contribuição para a história de Portugal, defendem o trabalho doméstico como trabalho, que gera riqueza e bem-estar, cujas tarefas domésticas devem ser partilhadas sem hierarquias nem obrigações.
“Também o trabalho sexual não pode continuar a ser exercido sem direitos, nem proteção social”, diz a rede, lembrando que as atrizes, dançarinas ou prostitutas que trabalham na indústria do sexo têm de ver o seu trabalho reconhecido.
Por outro lado, defendem o direito universal da autodeterminação, a livre orientação sexual e a livre expressão de género.
No que diz respeito à violência doméstica e ao número de vítimas da violência machista, apontam que “a morte é a face mais visível desta violência que esconde um sistema patriarcal e machista”.
“Estamos empenhadas na construção de um outro mundo mais justo, onde a igualdade de género seja uma realidade e a emancipação das mulheres o seu caminho”, diz a organização, acrescentando que luta em solidariedade internacional.
Por último, deixam o repto: “Ocupemos todos os espaços da sociedade, das nossas vidas, desde os da representação aos da decisão e inclusive os nossos corpos, todos, sem exceção”.
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