Depois de a sua eleição no início da legislatura ter gerado críticas nas bancadas do PSD e CDS-PP por ter ‘rompido’ com a tradição de o presidente da Assembleia da República ser oriundo do partido mais votado, hoje sociais-democratas e democratas-cristãos juntaram-se ao aplauso de pé iniciado pelos socialistas a Ferro Rodrigues, e que depois se estendeu às restantes bancadas da esquerda.

“Agradecer o trabalho conjunto que todos tivemos, a confiança recíproca que fomos ganhando ao longo dos meses”, frisou Ferro Rodrigues, que desejou a todos os deputados – não sabendo quais voltarão na próxima legislatura – as maiores felicidades pessoais e políticas.

O presidente da Assembleia da República saudou de forma especial os seus dois ‘vices’ que já anunciaram que não voltarão ao parlamento: José Matos Correia (PSD) e Teresa Caeiro (CDS-PP).

“E está encerrada a sessão”, declarou Ferro Rodrigues, pouco depois das 18:00, terminando um plenário que começou pelas 09:00, com uma pausa de pouco mais de uma hora para almoço.

Hoje, em entrevista ao Observador, o secretário-geral do PS, António Costa, adiantou que Ferro Rodrigues voltará a ser candidato socialista a deputado.

"Sei que Eduardo Ferro Rodrigues está disponível para se recandidatar a deputado [nas listas do PS] à Assembleia da República e que, portanto, continuará a ser deputado", disse.

A ‘maratona’ de votações durou cerca de cinco horas e meia e durante a sessão plenária foram aprovados diplomas como uma nova Lei de Bases da Saúde, alterações ao Código do Trabalho, ao Estatuto do Ministério Público e à lei da gestação de substituição, bem como multas para quem deite ‘beatas’ de cigarros para a via pública ou os últimos diplomas do ‘pacote da transparência’.

Pelo caminho ficou, por exemplo, a lei do lóbi que, depois do veto do Presidente da República, os deputados optaram por não confirmar nem alterar.

Marcou também o último plenário da legislatura o protesto de dezenas de sindicalistas da CGTP, que se levantaram em silêncio nas galerias quando foram aprovadas as alterações laborais, acabando por ser retirados com gritos de “A luta continua” e “Vergonha”.

No final do plenário, era visível o ambiente de despedida, com alguns deputados com muitos anos de parlamento e que se sabe que não voltarão à Assembleia da República, como Mota Soares (CDS-PP) ou Wanda Guimarães, a receberem abraços e beijinhos.

As eleições legislativas estão marcadas para 06 de outubro e darão origem à XIV legislatura.

(Artigo atualizado às 19:14)

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