A iniciativa deverá ser votada na próxima sexta-feira.
No texto enviado aos líderes parlamentares, Ferro Rodrigues lembra que “o dia 17 de junho de 2017 ficará na história como o dia em que deflagrou aquele que foi o incêndio florestal mais mortífero de sempre em Portugal, lavrando por mais de uma semana no território dos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Góis, Penela, Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã”.
Este incêndio, que deflagrou em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, e destruiu cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
“A Assembleia da República, órgão de soberania representativo de todas e de todos os portugueses, foi sensível à inquietação provocada por uma tragédia com esta dimensão, tão brutal e tão cruel”, lê-se no texto da iniciativa, que recorda também “o elevado número de feridos e expressivos danos patrimoniais”, salientando as cerca de cinco centenas de habitações, um terço das quais primeira habitação, e meia centena de unidades industriais de diversos setores, “além das avultadas perdas em equipamentos e infraestruturas diversas”.
A iniciativa refere ainda que compete agora ao parlamento “criar condições para homenagear as vítimas mortais deste grande incêndio, evocando a sua memória”.
Considerando “justo o apelo da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande para que o dia 17 de junho seja consagrado à memória de quem perdeu a vida em incêndios florestais”, Eduardo Ferro Rodrigues propõe à Assembleia da República que se consagre aquele como o Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais.
O presidente da Assembleia da República indica ainda que a iniciativa visa “evocar os homens, as mulheres e as crianças que perderam a vida em 2017, mas, igualmente, todos quantos, ao longo da nossa história, sucumbiram ao flagelo dos incêndios florestais em Portugal”.
Ferro Rodrigues conclui que a inicitiva se destina também a “lembrar que uma tragédia como aquela que se verificou em 2017 não mais se poderá repetir”.
A nota enviada à Lusa indica ainda que Ferro Rodrigues é o primeiro subscritor do projeto de resolução que “deverá contar com o apoio dos grupos parlamentares”.
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